Crescimento de 5,3% prova sucesso da política econômica, diz Meirelles
O crescimento de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado neste ano foi definido pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como prova do "sucesso da política econômica". Em reunião conjunta de seis comissões do Senado e da Câmara, realizada na sala da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), ele celebrou ainda a criação de 1,8 milhão de empregos formais neste ano como a "maior da história".
Em sua exposição inicial aos deputados e senadores, durante a reunião realizada para cumprir determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal, o presidente do Banco Central procurou demonstrar que o governo está criando condições para que o país tenha um crescimento sustentável ao longo dos próximos anos.
Segundo Meirelles, a política monetária tem obtido sucesso na busca da meta de inflação definida para 2004: 5,5%, com tolerância, para mais ou para menos de 2,5 pontos percentuais. A expectativa para o final deste ano, relatou, é de que a inflação alcance 7,3% - ou 0,7 ponto percentual abaixo do teto definido para 2004, de 8%. Para os próximos 12 meses, anunciou o presidente do banco, a previsão é de que a inflação seja de 6,25%.
- O Banco Central está cumprindo as metas de inflação, o saldo comercial do país é o maior da história, temos saldo positivo na conta corrente e o país está crescendo a taxas rigorosas, resultados extraordinariamente positivos da economia brasileira - enumerou Meirelles.
Nos últimos 12 meses anteriores a outubro, disse o presidente do Banco Central, o saldo da balança comercial já alcançou a marca de US$ 32,6 bilhões. As exportações, registrou, continuam crescendo "de forma vigorosa" mesmo com a retomada da economia e a conseqüente ampliação das importações. Ele ressaltou que o dólar vem se desvalorizando em relação a diversas outras moedas e que o real, quando comparado a uma cesta de 15 moedas, vem mantendo um grau de volatilidade relativamente baixo.
Com o aumento das exportações, cresce também o saldo em transações correntes com o exterior, que deverá alcançar em 2004 o equivalente a 1,6% do PIB, de acordo com o presidente. A ampliação do comércio exterior, ressaltou, permite também a redução da vulnerabilidade do país. A dívida externa líquida, que já foi de 3,6 vezes o valor total de exportações, hoje limita-se a uma vez e meia o total de vendas ao exterior.
Meirelles citou ainda como resultado da política econômica a redução da participação da dívida pública líquida sobre o PIB. Em setembro de 2002, observou, a proporção era de 61%. Em outubro deste ano, comparou, a participação foi reduzida para 53,7% do PIB. Ele reconheceu o valor ainda elevado dos spreads bancários e apontou, entre os instrumentos para combatê-los, a aprovação pelo Congresso Nacional da nova Lei de Falências, atualmente em tramitação na Câmara.
No início de sua exposição, Meirelles afirmou que o resultado das operações do Banco Central no primeiro semestre de 2004 foi positivo em R$ 2,8 bilhões. Descontado o percentual legal destinado à formação de uma reserva da instituição, informou, foram repassados R$ 2,5 bilhões ao Tesouro Nacional.
30/11/2004
Agência Senado
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