Crianças dizem não à violência contra as mulheres



‘Xô machismo! Xô violência! Xô de uma vez!’. Com estas palavras de ordem, começou a segunda fase da campanha nacional ‘Quem Ama Abraça – Fazendo Escola’, voltada à mobilização de crianças, adolescentes e escolas, de todo o Brasil, para o enfrentamento à violência contra as mulheres.

Com farto material educativo para estudantes, professoras, professores e educadores sociais, a iniciativa tem dois videoclipes: um estrelado por cantoras e cantores de hip hip, funk e rock, tais como Negra Li, Anitta, Buchecha e Tico Santa Cruz, e outro por crianças e adolescentes – negros, indígenas, brancos e de origem asiáticos, demonstrando a união do Brasil para o fim da violência doméstica e familiar.

“Eu trouxe um beijo da presidenta Dilma para vocês. Ela tem obsessão para que meninas e meninos, mulheres e homens não vivam com violência no nosso país. Para ela, não se muda nada se não for desde pequeno”, disse a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), no lançamento, ocorrido na manhã desta sexta-feira (22), no Rio de Janeiro.

A ministra enfatizou que o “governo federal tem tolerância zero à violência contra as mulheres e meninas. E age para que as meninas e as mulheres não sejam traficadas nem violentadas. E que os meninos, em sua maioria negros, não sejam mortos por causa da violência nem do tráfico de drogas”, completou a ministra da SPM.

O órgão é parceiro da campanha, que está incorporada ao programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, do governo federal. Ao longo de 2014, ‘Quem Ama Abraça – Fazendo Escola’ percorrerá o Brasil, para prevenir a violência e sensibilizar estudantes e escolas para a igualdade de gênero.

Idealizadora da campanha, a coordenadora-executiva da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), Schuma Schumaher considerou ser “fundamental a gente poder mudar valores, os estereótipos e desnaturalizar a violência. É aprender que o bom na vida é ser igual, as pessoas se respeitarem e saber que uma pessoa não tem que dominar a outra nem viver com violência”.

Integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), Schuma comentou o apoio que obteve da ministra Eleonora e da secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, para a realização da campanha.

Juventude

A diretora-executiva da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire, frisou que “quem está abraçando essa campanha é a juventude”. Amplia a rede de parcerias para enfrentar a violência de gênero, classificada por ela como “forma tão cruel de desigualdade entre homens e mulheres na sociedade”.

O diretor-executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani, agradeceu por ter sido convidado a apoiar a iniciativa, que passará a contar com a colaboração de 1,5 milhão de revendedoras de produtos cosmésticos. E chamou a atenção o primeiro sinal de violência tem de ser denunciado e combatido, pois “a violência começa no palavreado e nos gestos”, inclusive, com crianças e adolescentes.

A subsecretária estadual de Políticas para as Mulheres do Rio de Janeiro, Adriana Mota, apontou que a violência é ensinada. “É comportamento que a gente aprende e, por isso, precisamos desaprender. Temos de ser atenciosos, cuidadosos. Temos de abraçar e amar”, finalizou.

Após a exibição dos videoclipes, o público acompanhou, em frente ao Cine Odeon, na Cinelândia, danças coreografadas de estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro e flash mob. Estiveram presentes aos atos, a secretária municipal da Mulher do Rio de Janeiro, Ana Rocha; o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira; a cantora Leila Pinheiro, diretora musical do videoclipe infanto-juvenil; um dos autores da canção ‘Quem Ama Abraça’ Gabriel Moura; o maestro Julio Moretzsohn; integrantes da Orquestra de Vozes Meninos do Rio, entre outros participantes da ação.

Sensibilização pública

‘Quem Ama Abraça – Fazendo Escola’ é a terceira campanha do programa ‘Mulher, Viver sem Violência’, que tem como foco a sensibilização e a conscientização sobre direitos, o alerta acerca da gravidade do fenômeno e a busca de adesão para o fim da impunidade.

Ao lado de ‘Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha’ e ‘Desperte para essa causa. Mulher, viver sem violência’ pretende engajar a sociedade na mudança de comportamentos frente à violência de gênero, desconstruir preconceitos e prestar informações sobre as estratégias de eliminação da violência contra as mulheres.

Fonte:

Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República



25/11/2013 11:51


Artigos Relacionados


Campanha nacional mobiliza mulheres, crianças e adolescentes contra violência de gênero

Deputado do Rio Grande do Sul aponta violência contra mulheres e crianças como formas de tortura

Carlos Bezerra propõe pena maior para violência contra mulheres, crianças e idosos

Secretaria de Políticas para as Mulheres debate enfrentamento da violência contra as mulheres

CDH discute violência contra mulheres

CPI vai investigar violência contra mulheres