Criminalidade tem queda recorde em São Paulo



Levantamento constatou que, no último trimestre de 2007, foram observadas taxas recordes de redução da criminalidade em São Paulo

Atualizada às 16h34

Os índices de segurança pública em São Paulo têm registrado redução recorde.  De 1999 para cá os homicídios diminuíram 63% e os latrocínios recuaram 67%, enquanto que o roubo de veículos caiu pela metade nos últimos oito anos. Os números estão no levantamento trimestral “Estatística da Criminalidade no Estado de São Paulo”, divulgado na manhã desta quinta-feira, 31, pela coordenação de Análise e Planejamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Com a publicação dos dados relativos ao quarto trimestre do ano passado, os números comprovam a expressiva queda nos principais indicadores criminais entre 2007 e 2006.

No último trimestre do ano passado foram registradas taxas recordes de redução de roubo de veículos (-14%), de furtos (-10,6%), de furto de veículos (-17,2%), de seqüestros (-79%) e aumento também inigualado no combate ao tráfico de drogas (+ 34,3%). “Os números foram os melhores da história, houve queda em vários indicadores”, destaca o autor da pesquisa, Túlio Khan, coordenador de análise e planejamento da secretaria.

"Qualitativamente, observamos uma redução dos crimes violentos (homicídio, latrocínio, estupros e roubos) no total geral de crimes. Os crimes violentos chegaram a representar 21,4% do total de crimes em 1999. Mas, no último trimestre de 2007, representavam apenas 14,8% do total", observa Khan.

A pesquisa é publicada desde o segundo semestre de 1995 e pode ser consultada aqui.

Desempenho policial

O combate ao tráfico de entorpecentes intensificou-se no quarto trimestre de 2007, batendo recordes no número absoluto e relativo de casos. Com 34,3% de aumento, trata-se da maior variação das taxas desazonalizadas já observada, desde o início da série em 1995. Em termos de volume de drogas apreendidas, foram 84 toneladas, maior número de apreensões já verificado no Estado no período de um ano.

O volume de prisões também cresceu 10,3% comparado ao quarto trimestre de 2006, voltando ao patamar de 28 mil presos por trimestre. Mas, diferentemente do que ocorria no passado, o crescimento das prisões se dá num contexto de queda da criminalidade, de modo que houve, de fato, um aumento de produtividade da polícia: no passado recente havia 46 prisões para cada mil delitos cometidos no Estado e, atualmente, a relação é de 57 por mil.

O número de armas apreendidas pela polícia caiu novamente no último trimestre, como vem ocorrendo sistematicamente desde o Estatuto do Desarmamento em 2003. Como a atividade policial é crescente, o que se observa é que o número de pessoas que saem armadas nas ruas vem diminuindo gradativamente.

Cidades x Estado

Em 1999 foram registrados 12,8 mil homicídios no Estado, já em 2007 foram 4,8 mil. De acordo com o pesquisador Túlio Kahn, esse dado equipara São Paulo às cidades de Nova Iorque e Bogotá. Ele ressalta que as duas cidades reduziram os índices de homicídio para 73% em um período de dez anos e 80% em um período de treze anos, respectivamente. “A nossa taxa de redução tem sido inclusive mais intensa. Lá são cidades. Aqui é um estado. Observamos queda em 538 dos 645 municípios do estado. É uma queda generalizada. Na capital essa redução é ainda maior, de 72%”, afirma.

Kahn comenta ainda que a meta para 2008 é o registro de 10 homicídios para cada cem mil habitantes. Em 1999, só um bairro estava nessa faixa, o Itaim Bibi, na zona sul da capital. Atualmente, a cidade tem 28 bairros que já estão dentro desse objetivo. “Praticamente 427 municípios também estão dentro dessa meta. É uma situação de primeiro mundo”, diz.

“As chacinas, que vem diminuindo no Estado desde 1999, são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que esclareceu quase 95% dos casos”, explicou o coordenador. Ele disse que o roubo foi o único índice que aumentou: 1,8% em relação a 2006, mas em relação ao trimestre passado caiu 0,7%. O sociólogo frisou que a maioria dos registros é referente a roubo e furto de celulares. Kahn explica que a disseminação do produto é um fator relevante.

Leia também: 

Capital cai no ranking nacional de violência

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Cleber Mata e Manoel Schlindwein com Secretaria de Segurança Pública

(C.M.)



01/31/2008


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