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A crise econômica mundial estabeleceu um clima “desfavorável” à retomada das negociações para a celebração de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (EU), na opinião da senadora Ana Amélia (PP-RS). Vice-presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), ela acredita que as dificuldades econômicas experimentadas pelos países europeus têm alimentado o sentimento protecionista no Velho Continente.

- A crise acaba sempre recrudescendo movimentos protecionistas. Especialmente na área mais sensível para nós, o setor agropecuário, onde nós, do Mercosul, somos altamente competitivos - disse Ana Amélia, por telefone, à Agência Senado, nesta quinta-feira (24), quando se realiza, em Brasília, a 6ª Cúpula Brasil-União Europeia.

Na opinião da senadora, todo esforço pela integração é “bem vindo”, desde que acompanhado de um “senso de realidade”. Ela recordou que, nesta semana, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, propôs a realização de um referendo sobre a permanência de seu país na UE, a ser realizado em até quatro anos. Para a senadora, o anúncio de Cameron pode ser interpretado como um sinal de enfraquecimento da União Europeia.

Por outro lado, observou, alguns países sul-americanos estão tomando atitudes consideradas hostis aos interesses dos países europeus, por meio da nacionalização de empresas em setores como os do petróleo e da energia elétrica. Entre os casos mais importantes, ela citou a nacionalização dos ativos em território argentino da empresa espanhola de petróleo Repsol.

- Agrava essa dificuldade (entre os dois blocos) o fato de a Argentina ter feito o que fez com a Repsol espanhola - afirmou.

O momento, na opinião da senadora, é de “tentar aparar arestas” entre os dois blocos.

- Precisamos de uma boa capacidade negociadora, mas com muita clareza do que queremos – recomendou Ana Amélia.

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