CRISE DA UNIVERSIDADE PÚBLICA PREOCUPA GUILHERME PALMEIRA
O direito de a universidade pública ter autonomia para decidir sobre seu patrimônio, dispêndios, caminhos e alternativas para o futuro foi defendido hoje (dia 19) pelo senador Guilherme Palmeira (PFL-AL). "Ou elas têm autonomia de gestão e fixação dos seus limites de financiamento, em função do serviço que prestam à sociedade, ou dependem exclusivamente do poder público", argumentou o parlamentar.
Ele afirmou que, sem autonomia, a universidade perde sua gestão administrativa, pedagógica e financeira, correndo o risco de deixar de ser universidade, em sua significação histórica. Também explicou que a autonomia implica o dever de correr riscos quanto ao próprio destino e qualidade. E observou que não é a retórica que vai resolver esse desafio, mas a convicção de que "o pensamento precede a ação e a reflexão precede a solução".
- Fora da reflexão, análise e entendimento, a universidade pública não tem futuro, nem solução, e quem perde com isso não são apenas os reitores, alunos, professores e funcionários, mas o Brasil - advertiu Palmeira. Lembrando que 450 mil jovens em busca de formação profissional estão, atualmente, sem aula, aguardando o fim da greve, o senador louvou a iniciativa de criação da Frente Parlamentar das Instituições de Ensino Superior.
Ele também observou que a ameaça do impasse nessa greve reside na aparente impossibilidade de se harmonizar a proposta do ministro da Educação, Paulo Renato, com as reivindicações salariais dos docentes e servidores. De acordo com o parlamentar, são precárias as condições materiais das universidades públicas, mas também é incontestável que as universidades oficiais padecem de distorções que não podem ser desconsideradas na avaliação de sua realidade atual.
Segundo Palmeira, as deficiências decorrem do velho desafio histórico, que remonta ao fato de que o Brasil foi o último país deste continente a ter universidade. Lastimando que a universidade brasileira seja uma criação tardia, ele disse que do conflito de posicionamentos políticos, filosóficos e ideológicos, surgiu a questão que vem se desdobrando ao longo dos anos, refletindo-se na atual crise enfrentada hoje.
19/05/1998
Agência Senado
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