GUILHERME PALMEIRA ALERTA PARA CRISE DO SETOR CANAVIEIRO
O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso deve implementar medidas que possam amenizar os "danos irreversíveis" já causados pelo sucessivo fechamento de usinas e destilarias no Nordeste. Reivindicação nesse sentido foi feita hoje (dia 7) pelo senador Guilherme Palmeira (PFL-SE), ao alertar para a crise enfrentada pelo setor sucroalcooleiro da região. Palmeira reiterou pedido ao presidente da República que coordene esforços junto aos governos estaduais e municipais para enfrentar a situação que já desempregou mais de 100 mil trabalhadores no Nordeste.
- A necessidade de recuperação do setor não se deve somente ao seu significado econoômico, mas ao que ele representa do ponto de vista social - afirmou. Segundo Guilherme Palmeira, os canavieiros não dispõem de meios financeiros, proteção legal e planos sociais que os apóiem para enfrentar a crise, que acaba por levá-los à marginalçização dos grandes centros urbanos.
O senador expressou sua confiança na ação política e administrativa do presidente Fernando Henrique Cardoso. Observou, porém, que a manifestação de "admiração e apreço" não o dispensa de "preconizar de seu governo atenção, ação e determinação", relativamente às questões sociais que, embora sejam prioritárias, "nem sempre têm merecido de sua equipe de auxiliares diretos, o empenho que a própria estabilidade econômica exige, como passo inicial, no caminho do abrandamento das disparidades sociais e da erradicação da miséria em nosso país".
No entendimento de Guilherme Palmeira,"o presidente está ganhando a guerra da estabilidade econômica, mas é preciso que os lauréis de uma vitória, que ninguém contesta, não sejam os responsáveis pela derrota na batalha social, a que não podemos, por um imperativo de consciência, renunciar, seja a que pretexto for, em nome da solidariedade e da dignidade nacionais - afirmou.
Palmeiradisse estarconvicto de que o processo de modernização da economia comandada pelo presidente não visa apenas restaurar a moeda e estabilizar a economia, mas preparar o Brasil para uma nova era. Quanto ao setor sucroalcooleiro, o senador considerou que a intervenção do Estado poderá preservar vidas. Entretanto, alertou que a crise também atinge ourtros setores econômicos, como o de calçados e têxteis, e exige medidas estruturais.
Em aparte, o senador Geraldo Melo (PSDB-RN)afirmou que o setor sucroalcooleiro não teve oportunidade de ser discutido com a devida isenção. Pelo contrário, conforme observou, esse segmento sempre foi encarado com "solene indiferença". Geraldo Melo lamentou que o único mercado cativo de cana esteja naufragando e com ele submergindo um milhão de trabalhadores.
O senador Josaphat Marinho (PFL-BA), também em aparte, afirmou que não estaria havendo, para com o setor, a devida coordenação do poder federativo para a solução dos problemas. Já o senador Lauro Campos (PT-DF)disse que as consequências do Plano Real são o reflexo da "divisão de trabalho" feita entre o presidente da República e a Primeira Dama, "que fica com o social e ele, Fernando Henrique Cardoso, com o anti-social".
07/08/1995
Agência Senado
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