Crise foi provocada por submissão do governo ao FMI, diz Saturnino
Saturnino disse que as autoridades governamentais, inclusive o próprio presidente da República, foram devidamente informadas sobre o crescimento da demanda, a paralisação da oferta de energia elétrica e as conseqüências futuras desse quadro. "O governo estava avisado e tomou a decisão consciente de acatar a imposição do FMI em detrimento do povo brasileiro. Outras mazelas sociais derivam desse acatamento, como o aumento da miséria, o desemprego, o crescimento da dívida externa e a remessa para o exterior de lucros e dividendos feita de maneira indiscriminada ", assinalou.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que nessa crise há um fato a ser comemorado: a consciência cívica da sociedade brasileira, que está contribuindo espontaneamente para o racionamento de energia. Ele aproveitou para pedir ao presidente Fernando Henrique que abrande as medidas previstas pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, especialmente o "tarifaço". Tebet quer que o governo aguarde o resultado do esforço espontâneo da sociedade antes de decidir por um aumento nas tarifas.
Saturnino chamou ainda atenção para a situação do setor de extração de petróleo, que está sendo loteado entre empresas estrangeiras, em vez de alavancar a indústria nacional. Para ele, esse loteamento atende apenas a grandes interesses financeiros internacionais representados pelo FMI. O senador entende que o momento não é de provocar mais tumulto, mas, ultrapassada a crise, é preciso apurar responsabilidades. "Vai chegar o tempo dessa apuração", concluiu.
04/06/2001
Agência Senado
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