Crise nos fundos tira R$ 300 mi da Receita








- Crise nos fundos tira R$ 300 mi da Receita

- A arrecadação do Governo com impostos e contribuições federais caiu 5,61% em junho em relação a maio. Segundo a Receita, aconteceu uma queda de R$ 1 bilhão - de R$ 18,379 bilhões para R$ 17,348 bilhões.

O principal motivo para o resultado foi a mudança nas regras dos fundos de investimentos. Como as aplicações registraram perdas, a arrecadação sobre os rendimentos caiu 51% - de R$ 580,9 milhões para R$ 284,2 milhões.

A diminuição de 20,74% na arrecadação do Imposto de Renda de Pessoa Física também contribuiu para a queda.

A previsão da Receita é que a coleta de tributos continue a cair a partir deste mês. Terminou em junho o pagamento do Imposto de Renda atrasado dos fundos de pensão. A última parcela, paga no mês passado, foi de R$ 987,3 milhões.

O Governo espera compensar a perda com imposto atrasado de pessoas jurídicas. (pág. 1 e B1)
- Duas redes de pesquisa, uma em São Paulo e outra no Rio, iniciarão o estudo em larga escala de proteínas, em projeto que pode ser considerado um avanço em relação ao genoma.

O genoma estuda a "receita" que constitui um organismo vivo, enquanto o proteoma aborda o resultado disso - o conjunto de proteínas, substâncias que constituem e mantêm em funcionamento o ser. Os estudos têm aplicação mais direta em várias áreas, como a de medicamentos. (pág. 1 e A11)

- A equipe econômica já trabalha com a hipótese de a inflação máxima admitida para o ano (5,5%) ser superada.

"É possível ficar dentro da meta. Pode ficar também um pouco acima. O que vai definir é o câmbio", afirmou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Guilherme Reis. O Governo avalia que hoje o espaço para a queda dos juros é pequeno.

Segundo Reis, a previsão oficial de 2% para a alta do PIB pode não se confirmar. (pág. 1 e B4)
- O presidente do Peru, Alejandro Toledo, realizou uma ampla reforma em seu gabinete para tentar conter a onda de greve e protestos contra seu governo, que vai completar um ano daqui a duas semanas.

Com índices de reprovação próximos a 80%, Toledo não cumpriu promessas de campanha, como a criação de empregos. Na reforma, deu espaço a antigos adversários. (pág. 1 e A8)
- O PPS, do presidenciável Ciro Gomes, integra a chapa do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB), candidato ao governo de Alagoas, conforme pedido de registro da coligação entregue no dia 5 ao TRE.

A Frente Trabalhista, que sustenta a candidatura Ciro Gomes ao Planalto, tentara evitar a coligação para não reforçar a crítica a Ciro de que ele seria o "novo Collor". (pág. 1 e A6)

- O presidente da Embratel Empresas, Eduardo Levy, disse que a companhia não sobreviverá a seis meses de competição depois que as três grandes operadoras de telefonia local começarem a oferecer também o serviço de DDD nacional.

A Embratel pode pedir a retirada das liminares que impedem a Telefônica de fazer ligações de longa distância nacionais se esta reduzir a taxa de conexão para operação da Embratel em São Paulo. (pág. 1 e B12)

- A Petrobras deve ter um prejuízo de até US$ 260 milhões em razão da decisão da empresa norte-americana de energia NRG de sair de usina em que as duas companhias eram sócias.
Com a desistência, a Petrobras deve reduzir o investimento programado na termelétrica e pagar multas e indenizações de rescisão de contrato.

A Petrobras tem sido alvo de pressões políticas para que não corte investimentos na Termo-Rio em ano eleitoral. (pág. 1 e B5)


Colunistas

PAINEL

Paulo Pereira da Silva, vice de Ciro, reuniu-se discretamente terça à noite com Maluf na casa de um assessor seu. Paulinho pediu ao pepebista que ataque Serra. Em troca, Antônio Cabrera, candidato ao governo de SP pelo PTB, não bateria no ex-prefeito durante a campanha.

  • Maluf quer uma convivência pacífica com Cabrera na eleição, que é seu desafeto, mas não aceita federalizar a disputa de SP. O Datafolha indicou que ele tem 50% do voto dos eleitores de Serra. Além disso, avalia que Paulinho não tem tanta influência assim sobre Cabrera. (pág. A4)


    Editorial

    PETROBRAS À SOLTA

    A Petrobras ilustra incoerências do modelo brasileiro. A estatal opta por práticas que contrariam a política econômica e o Estado de que, afinal, ela ainda faz parte.

    A última da Petrobras é impor ao País a livre flutuação dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do óleo diesel. Estão indexados ao dólar e pronto.

    Não interessa que as importações de petróleo caiam há mais de uma década ou que a produção nacional responda pela quase totalidade das necessidades. A estatal quer seguir o funcionamento supostamente virtuoso do mercado global.

    No entanto, nos mercados de petróleo e derivados não existe, no Brasil, concorrência. A Petrobras é, na prática, monopolista.

    No lugar do gatilho que disparava reajustes a cada 90 dias, a flutuação agora é quase em tempo real. A empresa que controla um setor estratégico para o País e para a estabilização de preços adota o horizonte de curto prazo típico do mercado financeiro.

    Não é casual que os preços administrados sejam os vilões da inflação. Além dos impostos, a sociedade é tributada pela ausência de governo em mercados sob o controle estatal. (...) (pág. A2)


    Topo da página



    07/13/2002


    Artigos Relacionados


    Plantão fiscal da Receita tira dúvidas dos contribuintes

    Crise atinge governo e tira legitimidade de FHC, diz Lauro Campos

    Campos afirma que "correção cambial envergonhada" não tira Argentina da crise

    Pedro Malan pode explicar ao Senado crise dos fundos

    Receita alerta para fim de prazo de adesão ao Refis da Crise

    Receita divulga balanço parcial do Refis da Crise nesta quarta