Cristovam alerta para riscos das promessas baseadas no pré-sal



Em discurso nesta sexta-feira (25), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um alerta para que a população não fique tão eufórica com promessas baseadas na riqueza proveniente da exploração dos poços de petróleo do pré-sal.

– Sei que quem faz alerta diante de euforias, quem diz “cuidado, as coisas não são tão fáceis assim”, não é bem recebido. Porque euforia a gente gosta de ter ao máximo, mas eu tenho obrigação de dizer que as coisas não são como estão querendo nos vender e estão carregadas de risco – afirmou.

Cristovam citou uma série de problemas que podem afetar a produção do petróleo em alto-mar, como o ecológico, pois o risco de vazamentos é muito alto. Segundo disse, seu maior medo é que haja pressa na exploração do petróleo e que, por isso, relaxem na proteção ambiental ou fechem os olhos às necessidades técnicas para evitar vazamentos. Também citou a expectativa do preço do petróleo, que poderá baixar no futuro, seja pela diminuição da demanda ou pelo surgimento de novas fontes energéticas; e o risco de não haver o desenvolvimento da tecnologia especial para extrair petróleo em situação tão adversa, a quase sete mil metros abaixo do nível do mar, quase a altura do Everest.

Outros pontos, de acordo com o parlamentar, podem interferir na equação idealizada pelos mais otimistas, como a falta de mão de obra especializada. Cristovam afirmou que será preciso ter o “mais engenheiros do pré-sal”, nos moldes do programa Mais Médicos, pois a expectativa é que a produção da Petrobras pelo menos dobre, sem existir engenheiros para tanto. Outro risco é o de faltar recursos à Petrobras para bancar sua parte de 40% nos consórcios e, nesse caso, adverte, quem arcará com a conta será o Tesouro, "seja emitindo novos títulos, seja tirando dinheiro da saúde, da educação ou restringindo o aumento salarial dos servidores".

E mesmo que nada conspire contra, afirmou Cristovam Buarque, ainda há o risco de um processo de desindustrialização motivado pelo excesso de dólares, a “doença holandesa” – uma referência ao processo descrito por Celso Furtado quando estudou o caso da Venezuela. Nessa situação, explicou, o país que tem excesso de dólar deixa de produzir bens industriais que pode comprar no exterior a preços e qualidade inferiores. Além disso, frisou o senador, há o risco da espera, "de vender uma ilusão e acomodar a sociedade à espera de uma riqueza que ainda não é palpável, só teórica".



25/10/2013

Agência Senado


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