Cristovam Buarque defende reforma política radical
Voto distrital, fim do fundo partidário, teto de gastos por candidato e proibição de contribuições de pessoas jurídicas a partidos políticos foram algumas das propostas defendidas pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em pronunciamento nesta quinta-feira (27). Ele, porém, mostrou preocupação com a dificuldade de resumir questões complexas em um referendo, e condenou o "espírito de sobrevivência" que impede aos políticos avançar com um projeto de reforma que os prejudique.
- A reforma política tem que ser muito radical. Ela não pode ser feita pelos congressistas candidatos - afirmou.
Para Cristovam, o Legislativo deve admitir que não tem condições de mudar a política no Brasil e pedir ajuda a "um grupo de 20, 30, 40 pessoas" de elevada consideração na sociedade. Essas pessoas - propôs o senador - elaborariam uma proposta de reforma que atenda às reivindicações do povo nas ruas, e esse documento seria submetido a referendo.
Para o parlamentar, os protestos populares demandam respostas sobre como os políticos são eleitos, como eles agem, como fiscalizá-los e como puni-los. Ao defender propostas como a possibilidade de cassação pelo eleitor, limitação às reeleições e voto em lista com ordem de representantes definida pelo eleitor, ele criticou duramente o processo eleitoral atual.
- Nas campanhas eleitorais, só ganham dois tipos de gente: os marqueteiros e os advogados - afirmou o senador.
Cristovam ainda sublinhou a capacidade de mobilização dos jovens através da internet, afirmando que ficou para trás o tempo em que os políticos só se encontravam com os eleitores a cada quatro anos.
Em aparte, Aloysio Nunes (PSDB-SP) concordou com a complexidade das questões do referendo e comentou que "é outra" a intenção da presidente Dilma Rousseff com a proposta de reforma política que apresentou. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) saudou o plano de reformas proposto por Cristovam.
27/06/2013
Agência Senado
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