Cristovam defende reforma política e fim dos partidos



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, nesta sexta-feira (21) no plenário do Senado, a realização de uma reforma política e o fim dos partidos como resposta aos anseios dos manifestantes pelo país. O senador disse que assinou, na quinta-feira (20), com mais seis senadores, uma proposta de Assembleia Constituinte exclusiva para fazer, no prazo de um ano, a reforma política.

Lamentando o plenário esvaziado, Cristovam lamentou não poder ir às passeatas, pois os jovens não aceitam políticos. Ele disse que só poderia ir se usasse peruca ou máscara.

- É triste você ser representante do povo, ter tido tantos votos e saber que, nesse momento, pelo fato de ser político, você não é visto como um deles – afirmou.

O senador acredita que, além das várias demandas que estão sendo apresentadas pelos manifestantes, existe um pleito comum a todos os manifestantes, que é a abolição dos partidos.

- Nada unifica mais hoje todos os militantes e manifestantes do que a ojeriza, a desconfiança, a crítica aos partidos políticos. Talvez seja a hora de dizermos: estão abolidos todos os partidos. E vamos trabalhar para saber o que é que a gente põe no lugar – disse Cristovam.

O senador ressaltou o papel das redes sociais como forma de os políticos dialogarem com o povo, mas disse que apesar de utilizarem muito o Twitter e outras redes, os parlamentares não estão sabendo como trazer as reclamações das pessoas para dentro do Congresso.  O caminho, para Cristovam, seria a reforma política.

- Eu defendi ontem, assinamos seis senadores a proposta da convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política, inclusive com a possibilidade do voto avulso, de tal maneira que alguém possa ser eleito sem ter partido – afirmou.

Cristovam também falou o que espera da presidente da República, Dilma Rousseff, após a reunião que ela está realizando nesta manhã para discutir os protestos. Para o senador, a presidente deveria reconhecer os erros de seu governo e dos governos anteriores e agir mais como estadista e menos como “xerife”.

- Eu temo que ela saia para atender ao marketing, falando em ordem, falando que é preciso colocar na cadeia os baderneiros. Tudo isso é verdade. Mas se o discurso dela for centrado nisso, ela vai cometer um erro muito grave. Ela vai se transformar, em vez de estadista, em xerife – disse.

Para Cristovam, a proposta da reforma política pode levar a uma revolução, que é o que os manifestantes querem.

- Um milhão de pessoas nas ruas não se contenta com nada menos do que uma revolução – afirmou.

O senador disse estar feliz por viver esse momento de crise que o desafia como político e agradeceu aos jovens por terem despertado o espírito cívico adormecido em muitos políticos do país.

- Eu até ficava triste porque eu ia passar sem ter tido uma grande crise que me desafiasse a dar minha contribuição para sair dela. Felizmente aconteceu uma antes que eu morra. Esse é um desafio de que eu me sinto parte – concluiu.



21/06/2013

Agência Senado


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