Cristovam Buarque: Poucas vezes o Brasil se uniu como agora, a favor da "lei seca"



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) considerou "algo fantástico, uma coisa quase inacreditável" a união da sociedade, nos últimos dias, a favor da chamada "lei seca", aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 19, que proíbe a ingestão de qualquer quantidade de bebida alcoólica pelos motoristas. Ele disse que raramente se viu a sociedade brasileira se unir em torno de "uma coisa tão concreta".

Cristovam questionou os donos de bares, que já entraram com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Supremo Tribunal Federal contra a lei, pois, segundo eles, a nova legislação estaria cerceando o direito individual de beber.

- É claro que as pessoas têm o direito de se embriagar, desde que não dirijam veículos depois. Dirigir embriagado afeta o direito dos outros de dirigir sem a ameaça de um motorista bêbado - afirmou.

O argumento de que a "lei seca" está tirando emprego de quem trabalha nos bares, na opinião do senador, é um problema que pode ser resolvido com a criação de um programa de reciclagem para quem for mandado embora. Ponderou ainda que, em contrapartida, a nova legislação pode aumentar o emprego de taxistas. O importante, continuou, é que o Brasil não pode continuar vendo a morte de aproximadamente 40 mil pessoas por ano em acidentes de trânsito.

- Isso é quase o número de mortes da guerra do Vietnam - salientou.

Outro fato positivo registrado nos últimos dias no Brasil "é o despertar da mídia nacional" para a educação, com jornais dedicando páginas ao assunto, especialmente depois que se noticiou no exterior que o crescimento econômico brasileiro pode ser prejudicado pela falta de pessoas capacitadas.

Cristovam voltou a sugerir a "federalização do ensino básico", com o governo federal ajudando os municípios a melhorar a qualidade do ensino. Propôs que essa "federalização" seja feita no prazo de 20 anos e ressalvou que, mesmo com a injeção de verbas federais, os municípios continuariam com a responsabilidade do ensino básico (ensino fundamental e médio).



07/07/2008

Agência Senado


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