Cristovam Buarque sugere criação de comissão para debater violência



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu nesta quinta-feira (8) a criação de uma comissão especial para tratar da violência no Brasil. A sugestão foi motivada por pronunciamento do presidente do Senado, José Sarney, sobre o tema. Ao sugerir a criação da comissão, Cristovam afirmou que a violência é um problema maior até mesmo que o da situação da educação brasileira, sempre lembrada em seus discursos.

- Sugiro, e vou formalizar isso, que nós trabalhemos de uma maneira sistemática para enfrentar, com a responsabilidade que nos cabe, a guerra civil em que vivemos, por causa de uma degradação moral, mas também, como disse o Presidente Sarney aqui, por falta de medidas claras que punam os que cometem esses crimes. – propôs.

Em pronunciamento feito na quarta-feira (7), Sarney falou sobre os índices alarmantes de homicídios apontados pelo Mapa da Violência no Brasil. Os números mostram que, apesar de ter 3% da população mundial, o Brasil é responsável por 12% dos homicídios no mundo.  Na ocasião, Sarney comunicou ter apresentado projeto de lei para tornar mais severas as punições aos autores do crime de homicídio (PLS 38/2012).

- Não é possível continuar soltando da maneira que nós soltamos aqueles que são presos por homicídio, não aqueles suspeitos de homicídio, mas os presos que realmente cometeram o crime, que confessam o assassinato, e que são soltos – criticou Cristovam.

Para o parlamentar, os números são resultado de escolhas erradas feitas desde a época da colonização do Brasil, com a escravidão e a produção de açúcar em latifúndios. O país também errou, segundo Cristovam, ao escolher as rodovias como meio de transporte da produção e ao privilegiar o ensino superior sem investir na educação de base. O senador também disse considerar um caminho errado a maneira como se combate a violência no Brasil, apenas com equipamentos de segurança, cercas e carros blindados.

Mulheres

Ao lembrar o Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta, o senador lamentou o fato de as brasileiras ainda se dividirem no que classificou como dois grupos: o bloco da modernidade e o bloco da exclusão social.

Segundo o senador, o país é dividido entre os que participam da modernidade, com acesso à educação, à saúde e a salário digno, e os que ainda são vítimas das desigualdades sociais.



08/03/2012

Agência Senado


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