Cristovam defende cumprimento da lei que criou o piso salarial nacional para os professores
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, nesta segunda-feira (11), o cumprimento da lei que criou o piso salarial nacional de R$ 950 para os professores do ensino básico e reduziu o número de horas dentro da sala de aula, mantendo a carga horária de trabalho (40 horas semanais). Ele comparou as resistências que a nova lei vem sofrendo com as resistências havidas contra a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. Cristovam afirmou que só é possível ter uma educação universitária boa se o país tiver uma educação de base igualmente boa.
Ao alertar para o perigo de um movimento comandado por governadores para contestar a constitucionalidade do piso nacional, Cristovam disse que, nesse assunto, vai trabalhar além dos limites do Senado e atuar junto aos 2,6 milhões de professores brasileiros para que se mobilizem em defesa da lei. Ele anunciou que, dentro de algumas semanas, será realizado o Dia de Defesa do Piso Salarial, com paralisação de todos os professores para que possam debater a importância da lei com os alunos e a comunidade onde atuam.
Cristovam destacou a necessidade de o professor utilizar 67% da sua carga horária (equivalente a seis das oito horas diárias) com aulas e o restante do tempo com atualização profissional, preparação das aulas, correção de provas e trabalhos e atendimento de alunos. O senador disse que está difícil convencer a sociedade sobre a importância dessa reestruturação de carga e do piso nacional para atrair melhores quadros para a educação de base e, com isso, melhorar a universidade.
- Ninguém quer conversar sobre isso, ninguém quer acreditar nisso. Os estudantes universitários lutam para melhorar a qualidade da universidade dentro da universidade. Não vão conseguir. Pode haver uma melhorazinha para os que já estão lá dentro, mas que não vai repercutir para os que vierem depois. O mais rico dos estados brasileiros está fazendo uma campanha para que seja declarada inconstitucional a lei do piso salarial. E querem melhorar a qualidade da universidade. Estão mentindo - protestou o senador.
Cristovam Buarque salientou que o piso salarial não vai, por si só, melhorar a qualidade da educação, mas vai dar um impulso inicial nesse sentido.
- O que a lei do piso salarial fez de mais importante foi federalizar o professor brasileiro. Surgiu a causa única pela qual todos os professores podem lutar, a causa dos seus alunos, a causa do futuro do Brasil - concluiu.
A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) lembrou, em aparte, que quando foi secretária de Educação em Mato Grosso, há mais de 20 anos, implantou um sistema gradativo de 50% de hora/atividade para a escola básica, para que o professor pudesse se preparar adequadamente.
11/08/2008
Agência Senado
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