Cristovam defende o piso salarial para professores



Ao discursar na sessão plenária desta sexta-feira (8), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a necessidade de se garantir o piso salarial de R$ 950 para os professores a partir de 2010. Além de ter sido uma lei votada democraticamente no Congresso Nacional, foi sancionada pelo presidente Lula sem cortes, afirmou ele.

- Essa quantia representa cerca de dois salários mínimos, o que é até pouco para o grande trabalho social que os professores realizam, ao tirar as algemas intelectuais de nossas crianças para prepará-las para o futuro - destacou.

Cristovam criticou a reação contrária ao piso salarial que estaria surgindo em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul. Ele disse que esses estados apresentam boa renda per capita, enquanto em Pernambuco, um estado mais pobre, o piso estaria sendo implantado sem problemas.

Segundo Cristovam, existe um grande preconceito contra a educação no Brasil e há os chegam a manipular os números para declarar que o piso terá um custo que o país não poderá pagar: cerca de R$ 10 bilhões por ano.

- Vamos supor que essas contas estejam certas e que o piso custará R$ 10 bilhões. Eu pergunto: o que representa esse montante diante do PIB brasileiro, de mais de R$ 2,5 trilhões? Será possível que as pessoas não entendam que o Brasil somente dará o salto de qualidade para seu futuro por meio da educação e, sem um professor minimamente remunerado, isso nunca acontecerá? - perguntou.

O senador pelo Distrito Federal disse que, se a resistência à implantação da lei não cessar, ele irá propor a realização de um Dia Nacional de Luta, para que os 2,6 milhões de professores de todo o país discutam em suas escolas, com seus alunos, todas as implicações positivas dessa lei, e também os problemas que cercam a educação brasileira, tais como a repetência dos alunos e as faltas por doença dos professores.

Cristovam afirmou que a adoção desse piso salarial nacional representará um primeiro passo para a era "pós-Lula", representada, de acordo com ele, por um governo que tenha realmente terminado a transição do país para a plena democracia. O senador defendeu ainda um sistema em que o governo federal defina metas para a educação, oferecendo os recursos financeiros necessários e deixando que cada estado ou município escolha parâmetros locais adequados.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) concordou com a necessidade de se remunerar melhor os professores no Brasil, tendo em vista o trabalho social de grande alcance que eles realizam.

08/08/2008

Agência Senado


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