Cristovam deseja paz aos brasileiros



Nesta segunda-feira (24), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) desejou a todos os brasileiros os "sete tipos de paz" que os índios Aimarás, que vivem nas proximidades do Lago Titicaca, na Bolívia, dizem existir e sem as quais ninguém ficaria verdadeiramente em paz. São elas: a paz com o mundo espiritual; com a família; com a terra; com os vizinhos; com o passado; com o futuro e consigo próprio. Reconhecendo que este dia 24, véspera de Natal, "não é um dia comum", o senador disse ter discursado em "uma mistura de púlpito e tribuna".

- Cinco das formas de paz são conquistadas dentro de casa, consigo próprio, rezando. Mas duas delas só são conquistadas lutando: a paz com a terra e com os vizinhos. Alienação política não leva à paz, leva à tragédia da irresponsabilidade - disse o senador.

Cristovam Buarque afirmou que a paz com os vizinhos pode-se referir, simbolicamente, aos 185 milhões de brasileiros ou mesmo aos 6 bilhões de habitantes do planeta, diante do mundo globalizado.

- Não vamos ter paz se nossos vizinhos não estão em paz. Como vamos ter paz se no Rio de Janeiro, em Brasília, vemos pessoas sendo assassinadas como se vivêssemos uma guerra civil? - questionou.

Para o senador, é preciso também ter paz com o passado, uma vez que quem tem remorso e culpa não tem paz. O mesmo serve para o futuro:a pessoa não está em paz se tiver medo do próximo dia, do próximo mês, do próximo ano. Também não é possível haver paz se a pessoa estiver doente ou descontente, porque "na infelicidade, a paz não é completa", acredita Cristovam. Mas, para o senador do Distrito Federal, a paz completa "não chega, se constrói pela ação, pela militância".

- Essas formas de paz não se completarão se você não fizer parte da luta pelo povo brasileiro e assim puder ter paz "para dentro". Duas formas de paz só vêm com ação política social: com os vizinhos e com o solo. E a paz com os 185 milhões de brasileiros não virá se esse país não se mobilizar para fazer a revolução que esperamos há cinco séculos, a revolução da educação. Enquanto as crianças brasileiras não tiverem uma escola com a máxima qualidade, enquanto parte dos brasileiros não tiver emprego, salário digno, saúde e onde morar. Por isso, você não vai estar em paz se não lutar - acredita Cristovam.

Em aparte, o senador Sibá Machado (PT-AC) externou a admiração que tem por Cristovam e disse que, ouvindo o discurso, concluiu que não devemos nos dar por satisfeitos enquanto houver injustiça social.

Educação

Antes de discursar, Cristovam Buarque havia feito aparte ao discurso de Sibá Machado sobre corrupção, lembrando que existe corrupção também de prioridades políticas, ou seja, quando o governo gasta dinheiro "construindo palácios enquanto o Brasil não tem água nem esgoto".

Cristovam disse ainda que o Brasil vive um raro momento em sua História em que há estabilidade monetária, democracia e crescimento econômico. Mas destacou que é preciso garantir a permanência dessas três variáveis e que isso só será feito se o país passar por um processo de transformação, uma revolução educacional.

- Essa transformação social permitirá ao país ter uma democracia para valer e estabilidade econômica arraigada no sistema - disse.

O Brasil também precisa, acredita Cristovam, garantir o desenvolvimento sustentável e o equilíbrio ecológico.

24/12/2007

Agência Senado


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