Cristovam vê similaridades entre discriminação contra brasileiros no Brasil e no exterior
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou, nesta segunda-feira (17), estar indignado pelo tratamento discriminatório dado aos brasileiros na Espanha. Mas, ao mesmo tempo, lamentou que, aqui mesmo no Brasil, muitos cidadãos recebam tratamento semelhante ao tentar ter acesso a escolas e hospitais de qualidade, e até mesmo ao entrar em um shopping center.
- Para entrar na Espanha, um brasileiro precisa ter passaporte e uma carteira cheia de dinheiro, o mesmo que é exigido em hospitais e escolas de qualidade, pois os públicos não oferecem a qualidade necessária. Nas universidades, ainda é pior, pois os alunos precisam pagar antecipadamente para passar pelas catracas - comentou.
Cristovam observou que os negros são cotidianamente impedidos de utilizar elevadores sociais e, se forem pobres, de entrar num shopping. A situação só mudaria se ele demonstrar que tem dinheiro. Diante desse quadro, considerou ser necessário, por meio da escola, ultrapassar esse abismo e acabar com as fronteiras sociais internas.
Em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS) concordou com Cristovam e ressaltou que não é apenas na Espanha que os brasileiros estão sendo discriminados. O petista acusou outros países europeus de adotarem a mesma prática e advertiu que, "se a moda pega", os brasileiros não poderão viajar mais para nenhum outro país.
Cristovam disse que está na hora de o Senado discutir como garantir o acesso àqueles brasileiros que não cumprem as exigências sociais e de renda feitas tanto no exterior quanto no Brasil, como os idosos sem acesso à aposentadoria ou os 16 milhões de analfabetos.
- Vamos olhar para os espanhóis com raiva, mas como se fosse um espelho da nossa elite e vamos reconhecer que fazemos o mesmo que os espanhóis - lamentou.
17/03/2008
Agência Senado
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