Cristovam diz que é preciso diferenciar coalizão de conchavo



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) diferenciou nesta segunda-feira (11) coalizão de conchavo, ao sugerir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que apresente uma lista de pontos concretos para promover uma unidade em torno de causas e não em torno de cargos. O senador frisou que o conchavo não tem causa, enquanto a coalizão tem dois motivos para existir.

- A coalizão é necessária quando o país está tão bem que não precisa ter oposição ou quando está tão mal que é preciso um plano de salvação nacional, como em caso de guerra, por exemplo, e todos se unem em torno de aliança programática - assinalou.

Cristovam disse ter lido a lista apresentada por Lula para justificar a coalizão, mas não encontrou nada importante, apenas generalidades. Ele ressaltou que a lista não tem programas de combate à corrupção, de geração de empregos, de proteção da natureza, de mudança na educação, de erradicação do analfabetismo entre adultos ou de combate à violência.

O senador disse temer que, no bojo dessa coalizão, estejam escondidas mudanças constitucionais, como um terceiro mandato presidencial, no mesmo estilo do golpe aplicado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Cristovam disse que a iniciativa não viria de Lula, mas da base formada pela coalizão, cujos partidos sequer lançariam candidatos à Presidência da República para facilitar a mudança constitucional.

- Fala-se muito em democracia e ditadura, mas tem outra coisa bem no meio, que é o desrespeito às instituições - alertou.

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse, em aparte, que não há motivo para não fazer uma coalizão em torno de causas e programas dentro do Congresso Nacional. Ele disse não ver necessidade de atravessar a rua e fazê-la no gabinete do presidente da República.



11/12/2006

Agência Senado


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