Cristovam: estamos sendo coniventes com a banalidade do mal



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em discurso no Plenário nesta quinta-feira (9), afirmou que atualmente o mal está banalizado e os cidadãos estão sendo coniventes com isso. Ao lembrar os 62 anos de lançamento das bombas atômicas sobre o Japão na 2ª Guerra Mundial, ele comparou a omissão dos que administravam os campos de concentração e dos pilotos que lançaram a bomba com a dos brasileiros que são tolerantes e omissos diante da maldade como as coisas públicas são administradas:

- Aceitar a corrupção é aceitar a tragédia nacional da desmoralização dos costumes e da democracia - afirmou.

O parlamentar salientou que a violência urbana no Brasil mata mais do que as guerras: nos últimos 20 anos no Brasil, disse, 800 mil pessoas morreram em decorrência dela. Além disso, o país tem 3 milhões de analfabetos e outras 1,5 milhão de crianças que não conseguirão se matricular no ensino fundamental.

- Está na hora de nos assombrarmos com a dimensão da nossa tragédia - afirmou.

Cristovam pediu uma reflexão mais profunda sobre o que significa de fato a responsabilidade moral de cada pessoa, pois a "desigualdade é fruto da ação de burocratas, funcionários e políticos". Afirmou ainda que a população, ao ligar o carro e contribuir para o efeito estufa, provoca desastre até maior do que a explosão da bomba.

Em aparte, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) citou a banalização da violência moral, psíquica e física que atinge a população e lembrou que, no Rio de Janeiro, são 300 mil crimes cometidos todos os anos. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), disse estar indignado com a repatriação dos atletas cubanos. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) citou artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, garantindo que "todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência" e que, se for vítima de perseguição, tem direito de procurar esta liberdade em outros países.

09/08/2007

Agência Senado


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