Cristovam lamenta baixos salários de professores e pede revolução na educação
Em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (15), o senador Cristovam Buarque (PDT - DF) disse que o salário dos professores no Brasil não deveria ser inferior a R$ 9 mil por mês. Segundo ele, é o valor médio pago à categoria em alguns países como Chile e Coreia do Sul.
O senador afirmou também que entregou à Presidência da República um documento com a proposta a ser implementada em vinte anos, mas não obteve resposta.
– Isso mostra um desprezo histórico do Brasil pela educação e mostra, portanto, um desprezo histórico pelo futuro – lamentou.
Cristovam acrescentou que o salário reflete o respeito da sociedade para com o professor, e lembrou que nenhum dos nove planos econômicos do país priorizou a educação. O parlamentar ainda fez comparações com Europa e Estados Unidos e destacou que, ao contrário do Brasil, o salário pago aos profissionais do ensino nesses lugares é maior que a renda média dos cidadãos.
– Nos países ricos, os professores de ensino fundamental com mais de 15 anos de experiência ganham, em média, US$ 30 mil ao ano [cerca de R$ 60 mil].
O senador, que também é professor universitário, destacou que a necessária valorização da categoria se deve ao simples fato de que todas as demais profissões decorrem dos professores. Porém, confessou que ficaria preocupado se um filho dele mostrasse disposição para o magistério. Explicou que se sentiria como se o país estivesse em guerra e o filho se alistasse para o campo de batalha.
– Hoje para ser professor no Brasil é preciso, sobretudo, heroísmo – ressaltou.
Revolução
Para o parlamentar, no entanto, não basta pagar bem para isso repercutir na boa qualidade do ensino. Ele defende a boa formação do professor, dedicação exclusiva à atividade e equipamentos modernos à disposição.
Para subir no ranking mundial da educação,em que atualmente o Brasil ocupa a 88ª posição, o senador propõe
o que chama de revolução. Para se somar às iniciativas como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), merenda escolar, livro didático, ampliação do acesso ao ensino superior, entre outras, ele sugere a federalização da educação de base. Cristovam entende que os municípios não têm como bancar salários dignos para os professores.
O senador comentou que a comemoração pelo Dia do Professor trará sempre uma nota triste enquanto não houver mudanças na política de educação no país.
– O dia 15 de outubro ainda é, e eu espero que não por muito tempo, um dia de luto – concluiu.
15/10/2012
Agência Senado
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