No primeiro discurso no Senado após eleições, Cristovam pede revolução na educação



Ao agradecer aos eleitores brasileiros pelos votos recebidos e aos dirigentes de seu partido pela oportunidade de disputar o cargo de presidente da República, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu, nesta segunda-feira (2), tal como no discurso de campanha, a melhoria do sistema educacional brasileiro como forma de erradicar a desigualdade social e o atraso tecnológico no país.

Na avaliação de Cristovam a desigualdade não mais se origina da baixa remuneração do trabalho pelos capitalistas, mas sim da falta de acesso da parcela dapopulação pobre brasileira ao conhecimento científico.

- Hoje, o que faz a desigualdade é que uns têm acesso ao conhecimento, e outros, não. A quebra da desigualdade não virá pelos salários, mas pela oportunidade igual para todos. É isso que vai fazer com que a renda se distribua, e esta oportunidade igual não virá, a não ser pelas bancas das escolas - disse.

Para o senador, o Brasil encontra-se dividido socialmente entre ricos e pobres do mesmo modo como no período colonial, quando a população era separada em europeus e índios ou brancos e negros. A distribuição de renda, em sua opinião, não poderá ser alcançada apenas por mecanismos puramente econômicos.

Cristovam declarou-se satisfeito pela oportunidade de enfatizar em seus pronunciamentos pelo país, durante a campanha, a importância da educação.

- Eu cumpri meu papel. Trouxe a palavra revolução de volta para o dicionário da política na disputa do dia-a-dia, quando ela estava jogada nos dicionários da história. E trouxe algo mais: a idéiade que é possível fazer uma revolução diferente, aquilo que chamei de uma revolução doce. Uma revolução que em vez de fuzis, usa lápis; em vez de trincheiras usa escola - afirmou.

Em apartes, Paulo Octávio (PFL-DF) e Heráclito Fortes (PFL-PI) parabenizaram Cristovam pelo seu pronunciamento.



02/10/2006

Agência Senado


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