Cristovam lembra os 13 anos da faixa de pedestre no DF e os 46 anos do golpe militar
Em pronunciamento nesta quarta-feira (31), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lembrou o aniversário, nesta data, de dois episódios: os 13 anos da adoção da faixa de pedestres no Distrito Federal e os 46 anos de implantação do regime militar no Brasil (1964-1985).
Em relação à faixa de pedestre, Cristovam Buarque disse que a iniciativa representa atualmente um dos melhores exemplos de cidadania em prática no país, tendo em vista que beneficia diversas pessoas que vivem em uma cidade onde predomina o trânsito de automóveis.
- É um exemplo de cidadania e educação, não no sentido que vem da escola em geral, mas no sentido dos costumes. Aqui [em Brasília], o pedestre é rei - afirmou.
Cristovam lembrou que, durante o período de implantação das faixas, os alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal "foram educadas nas escolas para educarem os pais para que respeitassem a travessia dos pedestres", tarefa que também contou com o apoio da Polícia Militar.
Regime Militar
Em relação ao golpe militar de 1964, Cristovam Buarque lamentou o episódio e disse que o regime militar comprometeu a consolidação da democracia no Brasil. O senador lembrou ainda que a ocupação de Brasília foi consolidada no regime militar.
- Não podemos esquecer os 20 anos sem democracia, participação popular e prática de política aberta - disse.
O senador lamentou, no entanto, que o Brasil ainda não tenha construído um regime capaz de atender às demandas de toda a sociedade, passados 26 anos do retorno à democracia.
- Ainda não construímos a democracia - disse o senador, mencionando a existência, ainda, no país, da corrupção, das mentiras e da política de marketing.
Cristovam criticou ainda a falta de assistência à saúde da população. Segundo ele, a duração dos anos de vida de uma pessoa no Brasil é "diretamente proporcional" à quantidade de dinheiro que ela possui em sua conta bancária.
- A democracia pode conviver perfeitamente com alguns de carro bonito e alguns andando de ônibus. Mas não é democracia viver mais anos ou menos anos dependendo da conta bancária, do contracheque, do lugar em que se trabalha - afirmou.
Cristovam Buarque disse ainda que contradiz a democracia um regime onde vigora a educação desigual, a censura aos meios de comunicação e os crimes praticados contra crianças.
Em aparte, os senadores Jefferson Praia (PDT-AM) e José Nery (PSOL-PA) manifestaram apoio a Cristovam Buarque.
31/03/2010
Agência Senado
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