Cristovam: Lula não vai poder dizer em conferência que Brasil é livre de analfabetismo



Ao anunciar a realização da 6ª Conferência Mundial de Educação de Adultos em Belém, entre 19 e 24 de maio, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), fazendo um apelo para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deixe de comparecer à abertura do evento, lamentou o fato de o chefe do Executivo brasileiro não poder comemorar ali a erradicação do analfabetismo no país.

Segundo Cristovam, tal boa nova poderia ser dada por Lula aos conferencistas se o Programa Brasil Alfabetizado, iniciado em 2003, enquanto foi ministro da Educação, tivesse sido mantido pelo ministério com as características originais de erradicação do analfabetismo e não se desvirtuado em um mero programa de alfabetização.

- Se seguirmos a média dos últimos anos, vamos precisar de 89 anos para acabar com o analfabetismo. É claro que, antes disso, muitos resolverão o problema pela biologia: morrerão analfabetos e sairão da estatística de adultos analfabetos, porque ficarão na estatística de mortos, sem terem tido, durante a vida, o direito de aprenderem a ler - disse ele, destacando o fato de que entre 2006 e 2007 o Brasil conseguiu alfabetizar menos de 260 mil adultos, num total de mais de 14 milhões de analfabetos.

Inconformado com a possibilidade de Lula não participar do evento, por dificuldades de agenda, Cristovam lembrou que nas últimas cinco edições da conferência - em que toda a Direção Geral das Nações Unidas encarregada da Educação vai estar presente - nenhum chefe de Estado dos países-sede deixaram de participar.

- Pelas contas que eu fiz, ele [Lula] estaria cinquenta anos adiantado se fosse dizer isso [que o Brasil é pais livre de analfabetismo] porque é o tempo que vai ser necessário. Mas Lula tem que estar presente, até porque a reunião não é só sobre alfabetização, mas sobre todos os processos, todos os programas, tudo aquilo que é feito para a educação de adultos e para a educação ao longo de toda a vida, mesmo daqueles que foram educados - afirmou.



30/03/2009

Agência Senado


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