Cristovam pede esforço para acabar com analfabetismo no Brasil
Traçando um paralelo "metafórico" com o resgate dos 33 mineiros chilenos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse nesta quinta-feira (14) que o analfabetismo provoca escuridão e falta de oxigênio intelectual, impedindo a sobrevivência digna de 14 milhões de brasileiros. Ele lamentou que o avanço tecnológico e o esforço que salvaram os mineiros chilenos não estejam sendo utilizados para salvar seres humanos do analfabetismo.
- Se somos capazes de nos alegrar com o salvamento de vidas enterradas, nós precisamos cuidar para evitar mortes por causa do analfabetismo; para evitar o sacrifício que significa viver em um mundo que é baseado na letra. Nós não podíamos conviver com 33 homens enterrados sob o deserto chileno. Como é que a gente é capaz de viver tranquilamente quando 14 milhões de pessoas no Brasil vivem soterradas pela incapacidade de viver plenamente num mundo letrado? - questionou.
O senador disse que não custaria muito nem tomaria muito tempo se o Brasil tomasse a mesma decisão do Chile e gastasse cerca de R$ 300 para alfabetizar uma pessoa. Ele assinalou que, no Chile, a decisão foi tomada pela pressão de todos, mas aqui no Brasil ninguém se preocupa com o analfabetismo e não há a mesma pressão para solucionar o problema.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) lembrou, em aparte, que, às vezes, Cristovam é chamado de "senador de uma nota só" por insistentemente defender a educação. Ele ressaltou, porém, que essa "nota" é a mais relevante de todas, porque é aquela que abre os caminhos para a verdadeira emancipação de cada cidadão.
14/10/2010
Agência Senado
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