Cristovam pede providências contra a "tragédia anunciada" do fim da Marinha em 2025
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou em Plenário sua preocupação com a declaração do almirante-de-esquadra Júlio Soares, em depoimento na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional CRE), nesta quinta-feira (16),de que, se nada for feito, em 2025 não haverá mais Marinha do Brasil. Cristovam criticou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, por, em lugar de se preocupar com a defesa do país, estar atuando como "gerente da crise aérea".
Cristovam recomendou que o ministro determine ao comandante da Aeronáutica que administre o caos aéreo, ou nomeie um gerente para tanto, e passe a tratar de assuntos pertinentes a sua pasta, como a precária situação em que está hoje a Marinha.
A falta de recursos para investimentos em ciência e tecnologia que levou a Marinha a essa situação precária é, na opinião de Cristovam, culpa dos Poderes Executivo e Legislativo, "que têm se preocupado com questões imediatistas e corporativistas, esquecendo-se de ver o país como uma nação que precisa de um projeto de futuro".
Cristovam disse que, conforme depoimento do almirante, se o quadro se mantiver como está, a Marinha não existirá mais em 2025. Segundo o almirante, dos 21 navios da esquadra brasileira, 11 estão imobilizados, ou seja sem condições de uso, e dez operam com restrições. Das 23 aeronaves pertencentes à força, 21 estão imobilizados e duas operam com restrições.
Essa é uma discussão que precisa ser tratada pelos senadores com a urgência que o tema requer, frisou Cristovam. O senador ressaltou que o Brasil tem 14 mil quilômetros de fronteiras terrestres com outros países, que precisam ser defendidas, lembrando ainda a cobiça internacional em relação à Amazônia e o fato de o Brasil dispor de um terço dos recursos hídricos mundiais, "que serão um bem em falta no futuro".
- Isso sem falar no tráfico internacional e na migração internacional - assinalou.16/08/2007
Agência Senado
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