Cristovam quer ampliar luta por direitos
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou em discurso durante a vigília que a luta pela recuperação de aposentadorias e pensões só estará completa se considerar também a luta por mudanças na economia, na educação e na saúde.
Citando os "quatro mil anos" que, pelas suas contas, acompanhavam a sessão na madrugada desta quarta-feira - em referência a uma estimativa da soma das idades dos aposentados e pensionistas presentes nas galerias do Plenário do Senado -, Cristovam defendeu que a campanha pelos aposentados não seja encerrada após a aprovação pela Câmara e sanção pelo presidente da República dos três projetos que recompõe o poder de compra dos benefícios da Previdência.
- Quero falar dos direitos daqueles que nem direitos têm. Quero falar que a luta para dar direitos que os aposentados têm exige que, além dela, lutemos também por muitas outras coisas que envergonham nosso país. Pelos direitos dos aposentados, dos trabalhadores da ativa e daqueles que nem chegaram à idade de trabalhar.
O senador citou como fundamental a luta por uma mudança na economia, "sem a qual dentro de seis meses será necessária outra luta para recuperar o poder aquisitivo das aposentadorias que terá sido corroído pela inflação, e sem a qual nossos filhos e netos ficarão sem emprego".
Na opinião de Cristovam, a lógica econômica atual produz para os ricos, "para o topo da pirâmide", e exige financiamento para vender, o que provoca a quebra de bancos, que recebem dinheiro do governo, ao contrário dos beneficiários.
- Para comprar sapato, comida, não precisa de financiamento dos bancos. Nós não geramos essa crise maldita!
Histórico defensor de uma revolução na educação como instrumento para o crescimento do país, Cristovam Buarque comparou a postura de críticos a propostas de cunho social diante do auxílio a grandes empresas, por exemplo.
- Na minha luta pela educação, perguntam sempre de onde virá o dinheiro. Para aprovar o piso salarial para o professor, sempre perguntam. Mas ninguém pergunta de onde vem o dinheiro para os bancos ajudarem as montadoras a vender seus veículos. Isso ninguém pergunta - comparou.
Para ele, é preciso ir além da defesa dos aposentados e brigar por melhoria no sistema de saúde, mesmo porque, "se funcionasse bem, talvez não fosse necessário brigar tanto por melhorar o salário".
É preciso também, continuou, brigar para que sistema de energia funcione sem depredar a natureza, citando a tragédia provocada pela chuva em Santa Catarina.
- Não vamos sobreviver no calor do aquecimento global, casas perto do mar serão inundadas, como já está acontecendo. Essas inundações são fruto da desorganização climática.
Por fim, o pedetista defendeu a luta para que novos direitos sejam conquistados para proteger as crianças que vivem nas ruas, as meninas prostituídas, "para evitar que 60 jovens a cada minuto abandonem a escola".
- Gosto de usar a palavra revolução. Fazer com que a escola do filho do mais pobre seja tão boa quanto a escola do filho do mais rico.
Cristovam Buarque citou ainda o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, que ao participar ontem de audiência pública no Senado defendeu a necessidade de o Brasil trabalhar como um time. "Somos pessoas jogando cada uma para um gol diferente. Temos que ser um time capaz de atender direitos dos que passaram de 60, e para criar os direitos de quem ainda não fez seis anos", completou o senador.
03/12/2008
Agência Senado
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