Cristovam quer BNDES financiando a inovação




O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu nesta quarta-feira (13) que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) use seus recursos e competência para criar um setor voltado para o investimento em inovação, podendo inclusive acrescentar a letra "I" no final de sua sigla. Segundo ele, o investimento em inovação é o único caminho que o Brasil tem para o futuro e para deixar de ser uma economia montadora e passar a ser uma economia criadora.

- Não vai dar para mantermos nossa economia exportando minério de ferro. O poder de concorrer vem de criar produtos novos - alertou.

Cristovam também parabenizou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e a presidente da República Dilma Rousseff, por desistirem de participar do processo de fusão dos supermercados Pão de Açúcar e Carrefour. Para ele, não é papel do banco financiar operações do varejo. O senador questionou o que fazer agora com os R$ 4,5 bilhões que seriam captados no mercado financeiro com títulos da dívida pública para financiar a fusão.

- O potencial desse dinheiro hipoteticamente está aí. Com os R$ 4,5 bilhões poderíamos erradicar o analfabetismo em todo o Brasil. O que seria mais importante: fundir dois supermercados ou erradicar o analfabetismo? Estudos demonstram que uma pessoa alfabetizada ganha 40% mais - afirmou.

O senador também assinalou que o banco tem um estoque de empréstimos no valor de R$ 315 bilhões. Ele disse que, com esse dinheiro, seria possível financiar por dez anos 25 institutos como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ou criar uma rede de instituições de alta eficiência para desenvolver o conhecimento. Cristovam ainda observou que o banco deveria investir nas universidades, exigindo um vínculo maior com o setor produtivo e disse que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um exemplo do que se pode fazer com ciência e tecnologia, ao custo de R$ 243 milhões por ano.

- Precisamos usar o dinheiro público observando com muito cuidado o custo de oportunidade. Não podemos usar o dinheiro do pré-sal para pagar juros aos bancos, por exemplo - afirmou.



13/07/2011

Agência Senado


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