Rollemberg critica 'subserviência' em contrato do DF com empresa de Cingapura



Em pronunciamento nesta segunda-feira (3), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) fez duras críticas ao contrato firmado pelo governo do Distrito Federal com uma empresa de Cingapura para planejar o desenvolvimento da capital federal nos próximos 50 anos, assinalando que a "subserviência" e a "falta de visão histórica" do governador Agnelo Queiroz podem trazer danos irreversíveis à cidade. Rollemberg, que salientou a posição da União Internacional de Arquitetos e da Federação Pan-Americana de Associações de Arquitetos contra o acordo internacional, lamentou que, às vésperas dos 25 anos de Brasília como patrimônio cultural da Humanidade, falte ao governador compreensão do significado da cidade para o urbanismo brasileiro:

- Ele vai buscar numa empresa de Cingapura, sem a menor transparência, sem licitação, sem consultar ninguém, uma fórmula mágica para o desenvolvimento do Distrito Federal nos próximos 50 anos - protestou.

O senador contestou o governador do Distrito Federal - que teria criticado o "provincianismo" dos críticos do contrato - lembrando que o projeto original de Brasília rompeu com o ciclo de subserviência a soluções de fora ao reunir os grandes talentos brasileiros. Rollemberg manifestou preocupação com "interesses econômicos não declarados" que poderão ser beneficiados com a implementação dos planos:

- Qual foi o estudo realizado, se é que tem algum estudo, que identificou essa vocação de Brasília para ser um grande centro financeiro internacional? O que levou o governo do Distrito Federal a entender essa como a vocação de Brasília? - indagou.

Rollemberg ainda citou declaração do presidente da União Internacional de Arquitetos, Albert Dubler, que afirmou que contratar uma empresa de Cingapura para planejar o desenvolvimento de Brasília seria como "chamar o McDonald’s para fazer um restaurante de gastronomia na França".

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), em aparte, disse esperar que Agnelo Queiroz volte atrás no projeto que, em sua opinião, é "constrangedor" e "uma besteira". Segundo Aloysio, o planejamento urbano deve ter diálogo com a vida da cidade:

- Macaquear desta forma uma experiência estrangeira, que nada tem a ver com a realidade de Brasília, é quase que um insulto aos macacos - disse.



03/12/2012

Agência Senado


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