Cristovam sugere que estudantes participem da reforma universitária
Primeiro orador da sessão plenária desta sexta-feira (16), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu aos estudantes do Brasil que participem das discussões sobre a reforma universitária, que está na Câmara dos Deputados e deverá chegar brevemente ao Senado. Na opinião do senador, os jovens brasileiros devem seguir o exemplo dos estudantes secundaristas chilenos - que recentemente fizeram uma greve pela melhoria da qualidade do ensino - e exigir uma reforma que leve em conta as necessidades do país e que apresente perspectivas para o setor.
- Faço um apelo aos jovens: não deixem que essa reforma seja feita apenas a partir do Congresso Nacional. Não pensem na reforma como instituição, mas sim que ela deve atender às necessidades do Brasil e do futuro. Parem as aulas para discutir esse projeto de reforma universitária, parem, porque alguns dias de discussão sobre ele vão trazer mais vantagens para o futuro do que as aulas daqueles dias. Não deixem o Congresso sozinho para fazer a reforma - sugeriu Cristovam.
O senador pelo Distrito Federal defende uma reforma que leve em conta a educação básica. Ele informou que, de acordo com o projeto, 75% dos recursos do Ministério da Educação serão destinados às universidades federais, que atende aproximadamente a 550 mil alunos. Já ao ensino básico, que tem 40 milhões de crianças e jovens, caberão os 25% restantes.
Para Cristovam, não existe universidade de qualidade se a educação básica não receber atenção especial. Ele informou que dois terços dos estudantes do país não terminam o ensino médio e, portanto, não conseguem ingressar na educação superior.
- Imaginem se o Brasil tivesse um poço jorrando dois terços do petróleo e indo para o ralo. Seria um escândalo nacional. Mas a gente tem dois terços dos nossos jovens sem possibilidade de educação e ninguém faz nada, como se o petróleo fosse uma energia mais forte do que o intelecto dos nossos jovens; como se petróleo valesse mais do que a inteligência das nossas pessoas. Só tem um jeito de fechar essa torneira de energia intelectual perdida: é garantir a escola básica de qualidade para todos até o final do nível médio - observou Cristovam.
16/06/2006
Agência Senado
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