Cristovam sugere um 'pacto olímpico' ao presidente Lula
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu nesta segunda-feira (5) ao presidente da República que utilize o mesmo carisma e força de convencimento que conseguiram para o Brasil o direito de sediar as Olimpíadas de 2016, para estabelecer um "pacto olímpico" e garantir que vários governos levem adiante projetos para que nenhuma criança esteja fora de uma escola em tempo integral.
Cristovam também sugeriu outros pactos. O primeiro seria garantir que as Olimpíadas serão feitas sem aumentar o déficit público e a inflação e sem retirar recursos de outros setores importantes da economia. Ele afirmou que se o governo financiar as Olimpíadas à custa de uma redução nos gastos com segurança, educação, saúde e no transporte urbano das outras cidades, estará enganando.
- Essas Olimpíadas farão parte do circo que os governos às vezes utilizam para manter o povo satisfeito naquele momento. Nós não queremos uma Olimpíada que seja apenas circo, como os romanos já faziam há mais de dois mil anos para manter o povo quieto, calado, contente, iludido. Nós queremos um evento do qual ninguém se arrependa - afirmou.
O segundo pacto seria evitar que o Brasil seja apenas a sede das Olimpíadas, tornando-se protagonista no número de medalhas. Para Cristovam, o país não pode chegar ao final da Olimpíada orgulhos da festa e do circo, mas não orgulhoso da substância. Ele salientou que para isso é preciso começar agora a identificar os talentos esportivos e investir neles.
- O lugar de identificar e investir, num primeiro momento, é a escola. O governo que foi capaz de liderar o Brasil para ser a sede tem que ser capaz de liderar o Brasil para trazer as medalhas. E eu temo que isso ainda não esteja nas preocupações. O que vão dizer, lá fora, quando souberem que o país que é capaz de fazer Olimpíadas não tem quadras esportivas nas suas escolas públicas? - questionou.
Cristovam ainda propôs pactos que aproveitem a força das Olimpíadas para erradicar o analfabetismo adulto e pelo estabelecimento do piso salarial de R$ 950 para os professores de escolas públicas.
05/10/2009
Agência Senado
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