Cristovam elogia discurso de Lula na ONU e sugere cúpula mundial da educação



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) chamou a atenção na tarde desta terça-feira (23) para o discurso pronunciado de manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura dos debates da 63ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O parlamentar congratulou o presidente pela cobrança de ações dos países ricos contra crises financeiras e inflação de alimentos e a favor da abertura comercial e da democratização do Conselho de Segurança da ONU.

O parlamentar também sugeriu que, na próxima reunião da ONU, daqui a um ano, Lula proponha uma cúpula para mostrar a gravidade do problema do analfabetismo e discutir como fazer para que, nas próximas décadas, o mundo inteiro dê um salto educacional, já que, de acordo com ele, há 800 milhões de adultos sem instrução básica.

Crise

O senador pelo Distrito Federal disse ser da opinião de que é preciso responsabilizar os culpados pela crise dos mercados. Para o parlamentar pedetista, se é verdade que não se deve deixar um banco quebrar, de forma a proteger os correntistas, não se pode salvar o banco - ainda mais com dinheiro público - e "deixar o banqueiro solto".

- O presidente Lula também citou, e acho importante lembrar, uma frase do grande economista [já falecido] Celso Furtado, em que ele dizia que é inadmissível que os lucros sejam privatizados e as perdas socializadas - observou o parlamentar.

Quanto à abertura comercial, o senador considerou procedente a reclamação do presidente brasileiro no sentido de que é preciso, sobretudo, retirar os entraves à entrada de produtos agrícolas nos países ricos. Os mais poderosos também se protegem ao evitar abrir mais vagas no Conselho de Segurança da ONU, segundo Lula.

Apesar de ter gostado do discurso do presidente, Cristovam sugeriu que o chefe da Nação, na próxima vez, toque no problema das diferenças brutais entre os países no campo educacional.

- O presidente Lula falou que era preciso derrubar os outros muros que o mundo tem, porque o Muro de Berlim já havia sido derrubado. Eu insisto em que o pior de todos os muros que hoje dividem a Humanidade é o muro que separa os que têm e os que não têm conhecimento; é o muro que separa os alfabetizados dos analfabetos; é o muro que separa os que têm ciência e tecnologia daqueles que são obrigados a comprar ciência e tecnologia; é o muro daqueles que são incluídos digitalmente e o muro daqueles que são excluídos digitalmente - assinalou o senador.



23/09/2008

Agência Senado


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