Criticar "espetacularização" de ações da PF não é defender os "tubarões", afirma Arthur Virgílio



Dirigindo-se ao colega Pedro Simon (PMDB-RS), o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que os senadores que criticaram a "espetacularização" das recentes prisões efetuadas pela Polícia Federal (PF) não estão defendendo os "tubarões" que foram presos. Na opinião de Arthur Virgílio, Simon estaria adotando uma posição de único defensor da prisão de corruptos ricos pela PF. Pouco antes, Simon havia dito que "só povão conhece a cadeia" enquanto "a elite não é atingida nunca" e lembrou que não se costuma ouvir reclamações quando a polícia entra na favela e algema pessoas.

- Ninguém disse palavra simpática aos presos nessa operação. Eu, pessoalmente, tenho uma enorme antipatia por todos eles: Daniel Dantas [ex-banqueiro], Naji Nahas [investidor] e Celso Pitta [ex-prefeito de São Paulo]. Antipatia e desprezo - disse Arthur Virgílio.

O líder do PSDB afirmou que ele e os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Tião Viana (PT-AC), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) apoiaram, em Plenário, as opiniões do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, de que o modo como foram feitas as prisões - com a utilização de algemas e com acompanhamento de uma emissora de TV - seria exagerado.

Mas isso, frisou Arthur Virgílio, não quer dizer que esses senadores sejam contra as prisões em si, ou que estejam defendendo os "tubarões" presos.

- Não quero prisão arbitrária de ninguém e não estou defendendo 'tubarão' nenhum. Vossa excelência é contra a violência sobre os pobres, eu também. Vossa excelência é a favor da prisão de bandidos ricos, eu também. Agora, eu sou contra prisão arbitrária de pobre e de rico. Eu sou contra prisão ilegal ou discricionária de pobre ou de rico. Eu sou contra agressão ao Estado de Direito, tratando-se de pobre ou de rico. Sou a favor da democracia e sou a favor da posição do ministro Gilmar Mendes - bradou Arthur Virgílio, dirigindo-se a Pedro Simon.



09/07/2008

Agência Senado


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