Crivella denuncia discriminação contra o Rio de Janeiro



O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) disse nesta quarta-feira (26) que o estado do Rio de Janeiro vem sendo discriminado no repasse de recursos da União. Segundo ele, de R$ 463 milhões em emendas aprovadas para investimentos no estado, previstos pela Lei Orçamentária de 2002, somente R$ 220 milhões foram empenhados. -E destes apenas R$ 26 milhões foram efetivamente executados-, acrescentou.

Crivella apresentou ainda dados segundo os quais, no Rio de Janeiro, são arrecadados cerca de R$ 10 bilhões para os cofres federais. Em contrapartida, sustentou o senador, -menos de R$ 1 bilhão volta em forma de investimentos-.

Um dos outros representantes do Rio de Janeiro, o senador Sérgio Cabral (PMDB), disse que a discriminação orçamentária contra o estado vem do início dos anos 90.

- O Rio de Janeiro vem perdendo importância na alocação de recursos por parte do governo federal - disse. Sérgio Cabral reivindicou para o Rio de Janeiro, que responde por 85% do petróleo produzido no país, a instalação da mais nova refinaria da Petrobras.

- É graças ao Rio de Janeiro que a Petrobras produz mais de um bilhão de barris. Não podemos admitir que a refinaria seja construída em outro lugar que não o Norte Fluminense - afirmou o senador, salientando que os empregos gerados pelo empreendimento poderiam diminuir o inchaço na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Marcelo Crivella relacionou as distorções nos mecanismos de repasse orçamentário ao estado às dificuldades do poder público fluminense em solucionar o problema da violência. Como forma de dotar o estado de condições de combater os surtos de violência, Crivella disse que apresentará projeto alterando os mecanismos de mobilização das forças militares. A idéia é agilizar a convocação de policiais militares da reserva em casos emergenciais, como ocorrido nesta segunda-feira (24).

A proposta já recebeu o apoio do senador Romeu Tuma (PFL-SP). O parlamentar paulista acrescentou a possibilidade de convocação de militares da Polícia do Exército (PE) para trabalhar no combate à violência urbana. -Eles têm treinamento para isso-, afirmou. Também em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) ressaltou a necessidade de melhorar o salário dos policiais como forma de começar a resolver o problema da violência.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apontou o contrabando e a falta de empecilhos ao comércio de armas como um dos principais ingredientes para o aumento dos índices de violência. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) também se solidarizou com o pronunciamento de Crivella.



26/02/2003

Agência Senado


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