Crivella lamenta aumento da violência e alerta para perspectiva de caos
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) manifestou nesta segunda-feira (20) sua preocupação com o aumento da violência, especialmente no Rio de Janeiro, afirmando que não há mais segurança pessoal nas metrópoles brasileiras. Ele assinalou que após três décadas de estagnação econômica e sob o impacto da atual crise internacional, a degradação resultante criou um caldo de cultura propício à violência e uma área expandida de recrutamento de criminosos.
- Nada que se fizer hoje, em termos de retomada do crescimento, renderá frutos de maior segurança antes de sete ou dez anos. No entanto, não está claro se será feito algo hoje na direção certa. Daí a perspectiva de caos - afirmou
Crivella disse que, nos últimos 30 anos, houve um processo progressivo de disfunção da esfera econômica em relação à esfera social, o mesmo ocorrendo da esfera social em relação à esfera política. Ele assinalou que a economia não consegue gerar a quantidade de empregos requerida pela expansão da mão de obra e a política não reflete essa necessidade, levando à deterioração social que leva à insegurança.
Na avaliação do senador, a criminalidade não é fruto da miséria, mas o último estágio de estratégias de sobrevivência e de ascensão social à margem da lei. Crivella assinalou que esse processo se ancora num "consenso social peculiar" que leva o narcotráfico a refletir uma espécie de acordo entre os viciados do asfalto, os traficantes armados do morro e os barões internacionais da droga. O senador acrescentou que é o financiamento "copioso", feito pelas classes alta e média, que permite a estruturação do narcotráfico num esquema tão estratificado, hierarquizado e lucrativo quanto os maiores negócios lícitos do mundo.
- Tal negócio provavelmente existiria mesmo sem crise social e de desemprego. Mas, numa situação de alto desemprego, ele encontra uma área de recrutamento extremamente favorável para todos os níveis de envolvimento, desde o olheiro desarmado ao soldado com um AR-15. Há sim uma carreira no narcotráfico acessível aos jovens da periferia - frisou.
Para Crivella, o programa habitacional do governo federal para a construção de um milhão de casas é importante, mas ainda é muito pouco, pois elas serão construídas em áreas distantes dos centros urbanos. Ele salientou a dificuldade de seduzir as pessoas que moram perto dos seus locais de trabalho, mesmo sendo nas péssimas condições das favelas, para ocupem casas de 35 metros quadrados em áreas remotas.
20/04/2009
Agência Senado
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