Iris alerta para o aumento da criminalidade e da violência
- Não é segredo para ninguém que a criminalidade urbana em nosso país chegou a um tal nível, que muitos duvidam se o poder público ainda será capaz de colocar freios a seu crescimento assustador - disse Iris.
Segundo o parlamentar, diante do temor da população goiana, o governador Marconi Perillo (PSDB) teria mobilizado 600 homens no policiamento perto das agências de bancos. Ainda assim, mais dois clientes foram assaltados somente na terça-feira. O senador lembrou que o crime avança em Goiânia no momento em que o Rio de Janeiro elimina 100 mil armas.
Em aparte, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) disse que Goiás era um estado de criminalidade reduzida ao tempo em que ele e Iris exerceram seus mandatos de governadores. Perillo estaria criando um clima de agressividade. Recentemente, chegou a fechar uma emissora de rádio para evitar a divulgação de críticas ao seu governo, segundo Maguito.
- Em Goiás, se o governo federal não agir, o crime não vai diminuir - disse Iris.
Para o senador e ex-ministro da Justiça, embora esteja atingindo em Goiás índices alarmantes, a criminalidade e a violência são um fenômeno dramático em nível nacional. Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São Paulo revela que 50% dos moradores de dez capitais simplesmente evitam sair de casa à noite temendo por sua segurança. Conforme a mesma pesquisa, 10% dos entrevistados já tiveram que se proteger de tiroteios e 20% presenciaram arrombamento de casas. Traumatizados, 43% acreditam que é justo usar a violência para defender a si mesmo ou a família.
- É preciso repensar a idéia de desarmar os cidadãos honestos enquanto os bandidos estão cada vez mais armados - disse Iris Rezende.
O senador Tião Viana (PT-AC), em aparte, mencionou o plano de cargos e salários dos policiais do Acre como exemplo de política adequada para a segurança. Naquele estado, um soldado da Polícia Militar ganha R$ 1,2 mil por mês, e um coronel da mesma força, R$ 6 mil.
Iris Rezende criticou também o atraso do Código Penal, que não ofereceria um corpo de normas capaz de dar à polícia e à Justiça instrumental jurídico para agirem adequadamente na repressão e punição ao crime. Outras causas para o crescimento da criminalidade seriam o desemprego, o êxodo rural, a desestruturação familiar, a má qualidade da escola pública, o estímulo da televisão, o tráfico de drogas, o despreparo e a corrupção da polícia, e a ineficiência e corrupção da Justiça e do sistema penitenciário.
Segundo Iris, a busca da segurança efetiva da população deve implicar um novo projeto nacional de combate à violência, baseado em medidas concretas adotadas em parceria dos estados com os municípios. Para o senador, decorrido um ano, o Plano Nacional de Segurança Pública anunciado pelo governo federal não surtiu os efeitos anunciados.
28/06/2001
Agência Senado
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