Iris alerta para o aumento da criminalidade e da violência



Exibindo da tribuna recorte do jornal O Popular com fotos de seis clientes de bancos assassinados nos últimos três meses, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) ilustrou na manhã desta quinta-feira (dia 28) discurso em tom de alerta sobre o aumento da criminalidade e da violência. Conforme o senador, antes restrito aos bairros afastados e pobres, o crime ampliou seu raio de ocorrência e hoje vitima a classe média no coração de cidades outrora tranqüilas, como Goiânia, onde muitas pessoas têm sido assaltadas assim que deixam as agências bancárias.

- Não é segredo para ninguém que a criminalidade urbana em nosso país chegou a um tal nível, que muitos duvidam se o poder público ainda será capaz de colocar freios a seu crescimento assustador - disse Iris.

Segundo o parlamentar, diante do temor da população goiana, o governador Marconi Perillo (PSDB) teria mobilizado 600 homens no policiamento perto das agências de bancos. Ainda assim, mais dois clientes foram assaltados somente na terça-feira. O senador lembrou que o crime avança em Goiânia no momento em que o Rio de Janeiro elimina 100 mil armas.

Em aparte, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) disse que Goiás era um estado de criminalidade reduzida ao tempo em que ele e Iris exerceram seus mandatos de governadores. Perillo estaria criando um clima de agressividade. Recentemente, chegou a fechar uma emissora de rádio para evitar a divulgação de críticas ao seu governo, segundo Maguito.

- Em Goiás, se o governo federal não agir, o crime não vai diminuir - disse Iris.

Para o senador e ex-ministro da Justiça, embora esteja atingindo em Goiás índices alarmantes, a criminalidade e a violência são um fenômeno dramático em nível nacional. Pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São Paulo revela que 50% dos moradores de dez capitais simplesmente evitam sair de casa à noite temendo por sua segurança. Conforme a mesma pesquisa, 10% dos entrevistados já tiveram que se proteger de tiroteios e 20% presenciaram arrombamento de casas. Traumatizados, 43% acreditam que é justo usar a violência para defender a si mesmo ou a família.

- É preciso repensar a idéia de desarmar os cidadãos honestos enquanto os bandidos estão cada vez mais armados - disse Iris Rezende.

O senador Tião Viana (PT-AC), em aparte, mencionou o plano de cargos e salários dos policiais do Acre como exemplo de política adequada para a segurança. Naquele estado, um soldado da Polícia Militar ganha R$ 1,2 mil por mês, e um coronel da mesma força, R$ 6 mil.

Iris Rezende criticou também o atraso do Código Penal, que não ofereceria um corpo de normas capaz de dar à polícia e à Justiça instrumental jurídico para agirem adequadamente na repressão e punição ao crime. Outras causas para o crescimento da criminalidade seriam o desemprego, o êxodo rural, a desestruturação familiar, a má qualidade da escola pública, o estímulo da televisão, o tráfico de drogas, o despreparo e a corrupção da polícia, e a ineficiência e corrupção da Justiça e do sistema penitenciário.

Segundo Iris, a busca da segurança efetiva da população deve implicar um novo projeto nacional de combate à violência, baseado em medidas concretas adotadas em parceria dos estados com os municípios. Para o senador, decorrido um ano, o Plano Nacional de Segurança Pública anunciado pelo governo federal não surtiu os efeitos anunciados.

28/06/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Iris debate aumento da violência e cobra maior atenção do governo

Mão Santa alerta para aumento da violência no Piauí

Maria do Carmo alerta para aumento do desemprego e da violência

Crivella lamenta aumento da violência e alerta para perspectiva de caos

Renan alerta para aumento da violência no Nordeste, em especial em Alagoas

Programa das Nações Unidas alerta sobre aumento da violência na América Latina e no Caribe