Crivella pede que governo e Congresso encontrem solução para a Varig
O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) pediu nesta sexta-feira (25), em Plenário, que o governo e o Congresso Nacional encontrem uma rápida solução no sentido de salvar a Varig. Ele alertou que uma possível fusão dessa empresa com a TAM iria ocasionar uma onda de demissões em massa de funcionários, além de provocar a falência de empresas prestadoras de serviço e liquidar o sistema previdenciário da Varig, que abriga atualmente cerca de 35 mil aposentados e dependentes.
Crivella disse ser contra a fusão e observou que a economia do estado do Rio de Janeiro também seria afetada com a união das duas empresas aéreas, já que a Varig responde hoje por mais de 10 mil empregos diretos e 50 mil indiretos. Ele estimou que o valor necessário para fazer face às despesas com demissões seria da ordem de R$ 675 milhões, quantia que, segundo observou, é superior à que seria necessária para recuperar a companhia.
O senador condenou também a forma pela qual vem sendo conduzido o processo de fusão, que classificou de unilateral, autoritário e excludente, já que afasta da mesa de negociação a representação de cerca de 24 mil empregados, além de ignorar suas reivindicações, contidas no Plano de Reestruturação Ampla, elaborado por uma empresa de consultoria.
- A outra grande polêmica está na participação da Varig na futura empresa que será criada com a fusão. Para a maioria dos empregados e suas entidades representativas, não existe a menor condição de se aceitar a participação da Varig com apenas 5%, como o proposto - salientou Marcelo Crivella, ao observar que, apesar de todos os problemas, a empresa continua a liderar o mercado aéreo nacional, com 36,05% de participação.
O senador Edison Lobão (PFL-MA), em aparte, destacou a importância da Varig, mas disse que a fusão pode ser o mecanismo para salvar as duas empresas, -bem como os empregos que puderem ser salvos-. Ele também sugeriu a redução de impostos para as companhias aéreas.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS), também em aparte, informou que o Senado abrirá uma ampla discussão em torno da viabilidade da preservação das empresas aéreas brasileiras. Ele alertou, tomando por base informações técnicas, que a fusão poderá acarretar problemas financeiros para a nova empresa a ser criada num prazo de seis meses, caso não haja aportes oficiais de recursos.
25/07/2003
Agência Senado
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