Culpado do "apagão" tem um nome: Pedro Malan, diz professor à CI
Em sua exposição para os senadores, o professor Pinguelli Rosa disse que a política econômica em vigor no Brasil foi simplesmente desastrosa para o setor de energia elétrica. O maior culpado pela crise de energia - disse o professor - é o ministro Pedro Malan, que embarcou num modelo completamente equivocado, impedindo que as estatais investissem na geração e distribuição de energia.
Segundo o professor, o presidente de Furnas, Luiz Carlos Santos, chegou a ser severamente advertido pelo ministro Pedro Malan, ao sugerir que aquela empresa se convertesse numa "Petrobrás do setor elétrico", retomando os investimentos.
Os outros debatedores, o professor Maurício Tolmasquim, da UFRJ, e Ildo Sauer, da Universidade de São Paulo (USP), concordaram com Pinguelli ao responsabilizarem a atual política econômica como a maior responsável pela crise de energia, em primeiro lugar, por sustar os investimentos estatais no setor; e em segundo lugar, por esperar por investimentos da iniciativa privada, que nunca vieram. Segundo a metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI), qualquer investimento realizado por uma empresa estatal é considerado "despesas do governo".
Para se chegar ao ajuste fiscal ao qual o país se compromete ao assinar o acordo com o Fundo, cortam-se indiscriminadamente todas as despesas de governo, mesmo no caso de investimentos capazes de gerar lucros fabulosos, como no caso dos investimentos de Furnas - explicou o prof. Tolmasquim.
Nessa mesma linha, o professor Sauer disse que o governo rompeu, a partir de 1995 a aliança entre a capacidade instalada e o crescimento do consumo, impondo um novo modelo ao setor, que somente surtiu resultados desastrosos. Agora, arrematou, "quer cobrar a conta dos seus erros dos consumidores". Com a crise, segundo o professor Pinguelli, é preciso repensar todo o modelo de curto, médio e longo prazo do setor energético.
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22/05/2001
Agência Senado
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