Cyro Miranda questiona previsões otimistas de Guido Mantega



O senador Cyro Miranda (PSDB-GO), em pronunciamento nesta quarta-feira (14), manifestou ceticismo em relação às previsões otimistas que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez em audiência na véspera na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na avaliação do parlamentar, a previsão de um crescimento de 4,5% em 2012, sem aumento da inflação, não é compatível com a tendência de redução da taxa de juros.

Cyro opinou que o Brasil, se quiser alcançar um crescimento sustentável, precisa “fazer uma reengenharia” em sua economia.

– Cremos que o ministro da Fazenda está errado no seu prognóstico. É provável, lamentavelmente, que a redução de juros resulte em inflação. Estamos amarrados e precisamos, com urgência, romper esse paradoxo perigoso para o futuro do Brasil – afirmou.

O senador cobrou medidas mais efetivas da equipe econômica para garantir o crescimento sustentável da economia, salientando o foco na busca de superávit nominal como mecanismo de combate à inflação, a criação de uma poupança pública e a redução da dívida do governo.

– Muito mais do que pagar parte dos juros, [é preciso] pensar o pagamento dos empréstimos, criando mecanismos de atração desses recursos em investimentos na infraestrutura, nas parcerias público-privadas e no aparelho produtivo nacional.

ICMS

Cyro Miranda também comentou o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 72/2010, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que trata das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre estados e municípios.

Para o senador, o projeto, se aprovado, “fará um desserviço ao desenvolvimento regional”, gerando grandes prejuízos para estados que têm se esforçado pela industrialização. Ele citou o exemplo de Goiás, que só pôde atrair indústrias farmacêuticas e automobilísticas graças a uma política de incentivo fiscal que trouxe dividendos sociais e econômicos “de valor inestimável”.

– Estamos sentindo que o governo pressiona sem saber da grande repercussão que vai ser a falência desses estados. Não se pode fazer isso no afogadilho. Nós temos de procurar saídas; temos de fazer um grande entendimento, porque o governo, na verdade, está querendo fatiar a reforma tributária – declarou.



14/03/2012

Agência Senado


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