Debate esquenta tom da campanha










Debate esquenta tom da campanha
Foram duas horas de cobrança na televisão. Candidatos insistiram nas avaliações de governos

O primeiro debate do 2º turno da sucessão estadual, ontem à noite, na TV Bandeirantes, indicou jogo de confrontos entre Tarso Genro e Germano Rigottto e teve como pano do fundo os desempenhos dos governo atual e anterior. Tarso buscou de Rigotto explicações para seu voto na reforma da Previdência. O peemedebista recusou a acusação e garantiu que foi contrário ao fim da aposentadora por tempo de serviço. 'Posso provar, tenho documentos'. Para contrapor, Rigotto questionou do petista o déficit de R$ 4 bilhões estimados no orçamento deste ano. O petista disse que a arrecadação vai aumentar graças ao crescimento da economia, condicionada à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Rigotto não se satisfez e sugeriu que o petista não estava respondendo. Revelou ainda preocupação com o déficit a ser herdado pelo sucessor do atual governo.

Tarso foi contundente ao cobrar esclarecimentos sobre um item do programa do candidato da União pelo Rio Grande que prevê venda de controle acionário excedente de estatais. Quis saber de Rigotto se ele vai vender empresas e quais seriam. O peemedebista pediu para o adversário 'não colocar na sua boca palavras que não teria dito. 'Nào vou vender o Banrisul, a CEEE e a Corsan', garantiu O peemedebista considerou que o debate confrontou mais as propostas. Rigotto manteve a posiçào de não apontar erros de administrações passadas e preferiu discutir propostas para o futuro. Reiterou que o adversário deveria admitir que promessas não foram cumpridas pelo governo, como a contratação de 100 mil jovens no programa Primeiro Emprego.


Rigotto reage à crítica sobre apoios
Ironiza o PT, lembrando que o partido está buscando adesões para vencer a disputa presidencial

O candidato ao governo Germano Rigotto partiu ontem para o ataque questionando a declaração do adversário, Tarso Genro, do PT, sobre a 'santa aliança' que o peemedebista articula no Estado para vencer. 'Nacionalmente, o PT está buscando apoios para ganhar a disputa presidencial. Lá vale, mas aqui não', ironizou. Salientou que negocia apoios de qualidade que, além de ajudarem na eleição, garantirão governabilidade, se eleito no dia 27. 'Tomara que essa santa aliança seja abençoada', acrescentou.
Rigotto lamentou os 'ataques sorrateiros e de baixo nível' lançados pelo PT nesta segunda etapa da campanha. Segundo Rigotto, há uma onda de boatos e inverdades sendo espalhada pelo Rio Grande do Sul, distorcendo as suas posições. O candidato do PMDB deixou claro que não pretende retomar a política de privatizações do governo anterior, como está sendo divulgado pelo PT. 'Não há problema em discordar politicamente, mas não é certo atribuir a mim de maneira errada o que penso e faço', argumentou.

Se eleito, Rigotto disse que irá receber os prefeitos e tomar em conjunto as decisões, numa clara referência à relação do governo anterior com as administrações municipais. À noite, antes de seguir para o debate da Rede Bandeirantes, Rigotto recebeu apoio oficial do PTB, no Clube Farrapos. Salientou que isso representou a adesão do partido e também de sua história, o que será fundamental para a construção da vitória. O senador eleito e presidente de honra do PPB, Sérgio Zambiasi, disse que o apoio é incondicional e contra a intolerância demonstrada pelo governo Olívio Dutra.


PDT decide liberar voto dos filiados no Estado
Em uma sessão conturbada, ontem, que durou quase quatro horas, o PDT gaúcho manteve a decisão nacional de apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e liberar a votação no Estado. O anúncio da deliberação, feito pelo presidente regional do partido, Pedro Ruas, às 22h45min, causou o descontentamento da maioria dos filiados que ainda se mantinha na tribuna da sede do partido, em Porto Alegre, causando tumulto no término da reunião.

Antes de relatar a posição, Ruas manteve contato com a direção nacional. Em seu discurso, ele enfatizou a existência de uma hierarquia no partido. 'Nesse conjunto de instâncias partidárias, temos rumos a serem seguidos, ficando decidido que nos estados não seria deliberado o apoio ao candidato A ou B', ressaltou. Ruas observou que mais de 80% das manifestações foram a favor da candidatura de Germano Rigotto, mas reforçou que não poderia estabelecer limites. 'Não é possível constranger aqueles que tiveram outra posição', constatou.

Antes da definição, diversos pedetistas se manifestaram. O deputado federal Alceu Collares afirmou que o PDT deveria liberar a votação, com recomendação a Rigotto. O deputado estadual Vieira da Cunha lembrou que o PDT é oposição no Estado e no país. O presidente da Câmara, José Fortunati, pediu a unidade do partido. O presidente metropolitano do PDT, vereador Nereu D'Ávila, observou não haver opção: 'Deixamos o continuísmo no Piratini ou o retiramos pela força do voto'.


Frente cita ações de Olívio no horário
As ações do governo do PT no Estado para gerar emprego e o impulso às empresas dominaram ontem o horário na televisão da Frente Popular. O governador Olívio Dutra teve a primeira participação na volta da propaganda do 2º turno. O governador destacou a queda na taxa de desemprego no Estado e o salário mínimo regional, entre R$ 260,00 e R$ 280,00, garantindo ser o maior do país. Depois, convocou os gaúchos a não permitirem a volta ao passado, sugerindo uma eventual eleição de Germano Rigotto. O candidato Tarso Genro mostrou que usará as realizações do governo do PT para tentar obter pontos. Listou cerca de 400 mil vagas geradas por ações de Olívio e prometeu fazer mais.


PSB governará com Lula, diz Lessa
Alagoano afirma que teve Rio Grande do Sul como modelo para enfrentar as oligarquias do seu estado

O governador reeleito de Alagoas, Ronaldo Lessa, afirmou ontem, em Porto Alegre, que o PSB deverá fazer parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da questão ainda não ter sido decidida nacionalmente. 'Devemos estar preparados para participarmos deste grande projeto voltado ao Brasil', ressaltou. A declaração foi feita durante o ato de apoio à candidatura de Tarso Genro ao Palácio Piratini.

Lessa destacou que o PSB tem clareza que os eleitores querem Lula como presidente e Tarso como governador. 'Um povo que sempre esteve na vanguarda do país não pode retroceder agora', argumentou. Salientou que o Rio Grande do Sul representou referência para a sua campanha. 'Para enfrentarmos as oligarquias em Alagoas, adotamos o Rio Grande como exemplo', afirmou. O governador avaliou que o resultado das urnas mostra claramente o término de modelo econômico falido. Segundo Lessa, apesar dos desgastes que todo partido sofre quando exerce a administração, o PT continua representando mudança no Estado.

Sobre a vitória no 1º turno contra Fernando Collor de Mello, do PRTB, Lessa afirmou que a conquista foi dos eleitores e que Alagoas tinha esse compromisso com o país. 'Os brasileiros lavaram a alma', salientou. Segundo Tarso, Lessa enfrentou Collor e a tentativa de o neoliberalismo voltar a Alagoas seguindo o mesmo modelo que o Rio Grande do Sul teve com a gestão anterior. Quanto à vantagem de Rigotto nas pesquisas, o petista foi direto. 'Os números já começaram a ser revertidos. Podem me cobrar depois', assegurou o candidato do PT.


Tarso surpreso com as adesões à Frente
Tarso Genro ressaltou ontem que não há novidade nas adesões à candidatura de Germano Rigotto, do PMDB. 'O surpreendente é a Frente Popular receber o apoio de prefeitos e lideranças de PFL, PTB e PPB', avaliou. Tarso participou à tarde de encontro com o embaixador da África do Sul, Mbolelah Hak wana, quando trataram da possibilidade de ampliação das relações comerciais e culturais entre o país africano e o Rio Grande do Sul. Tarso lembrou que a nação economicamente mais rica do continente africano havia assinado protocolo de entendimento com o Mercosul. Pretende ampliar o intercâmbio.


Tucano pretende fazer campanha contra álcool
José Serra comprometeu-se ontem, caso vença as eleições presidenciais do dia 27, a empreender uma campanha para inibir o consumo do álcool, similar à guerra que manteve contra o tabaco como ministro da Saúde. 'Lutamos contra o cigarro na campanha mais rígida já assistida pelo país. Buscamos especialmente chegar aos jovens e contestar a propaganda enganosa', lembrou. A publicidade contra o álcool seria semelhante.


Rechaçada comparação a Chávez
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, rechaçou qualquer comparação com o presidente venezuelano Hugo Chávez em entrevista publicada ontem no jornal italiano de esquerda Il Manifesto. 'Isso é terrorismo eleitoral', respondeu Lula, que considera que o antídoto para evitar o que ocorreu na Venezuela e na Argentina será retomada do crescimento econômico em pelo menos 4% ao ano e estímulos para reforçar o mercado interno.

Após reiterar que, se for eleito, respeitará todos os acordos firmados pelo atual governo, Lula ilustrou na entrevista o contrato social que assinará para o país. 'Proponho pacto que reúna em torno de uma mesa de negociações os sindicatos, os empresários, a sociedade civil organizada e os movimentos sociais para que juntos adotemos a reforma estrutural que necessitamos visando retomar o crescimento econômico', afirmou. Segundo Lula, pela primeira vez, será possibilitada também a justiça social.

Lula falou ainda sobre o país que quer, cujo primeiro objetivo é assegurar a todos três refeições por dia. 'O Brasil de hoje não pode prescindir da empresa, da tecnologia e do capital estrangeiro, que continuará participando do desenvolvimento', enfatizou. Sobre a mudança no discurso, o candidato disse ao jornal italiano que amadureceu.


Serra critica adversário por faltar a debate
O candidato da aliança PSDB-PMDB à Presidência da República, José Serra, criticou ontem o adversário Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, em razão de ele não ter participado do debate promovido pela manhã na rádio CBN, em São Paulo, sobre o tema Infância e Juventude. Por causa da ausência de Lula, a rádio decidiu entrevistar Serra, que respondeu às perguntas por telefone. No final da participação, Serra disse que o debate, por permitir a comparação, é fundamental para a população escolher o seu candidato. O tucano acrescentou que lamenta não ter podido fazer isso em função da resistência e da recusa de Lula em aceitar o convite.
Serra enfatizou que, originalmente, havia sido convidado pela rádio para um debate com Lula. 'Seria a oportunidade de comparar as posições', disse. Para o tucano, a ausência de Lula acabou prejudicando os ouvintes, que perderam a oportunidade de ter a noção melhor dos programas de governo dos dois candidatos.
Na entrevista, que durou meia hora, Serra reconheceu que a violência atinge a juventude no país e defendeu a intensificação do combate à criminalidade e ao analfabetismo. Disse ainda que pretende criar o Ministério do Esporte, Lazer e Juventude, em seu eventual governo, como parte da ênfase na área social.


Aliados pedem voto para Lula na TV
Os ex-adversários Anthony Garotinho, do PSB, e Ciro Gomes, do PPS, pediram voto ontem para Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na volta do horário gratuito. Ciro e Garotinho apareceram nos programas. A senadora eleita Roseana Sarney também deu o seu apoio da cama de hospital. Garotinho declarou que tem o mesmo projeto do petista. 'Você que votou em mim agora é Lula', disse, repetindo o slogan do PT. Ciro foi aplaudido. Porém, Lula era a estrela do espetáculo: agradeceu pelo 'caminhão de votos' e comemorou a eleição de 91 deputados federais do PT, a maior da Câmara para 2003. No final, o programa confirmou a presença do presidenciável no debate da Rede Globo dia 25.


Arraes desautoriza PSB a ficar ao lado de tucano
O presidente nacional do PSB, deputado eleito Miguel Arraes, divulgou nota ontem desautorizando a direção do partido em São Paulo de apoiar o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição. Ele disse que os presidentes estaduais estão informados que as decisões devem ser submetidas à homologação da executiva nacional. Portanto, o apoio do PSB em São Paulo não tem efeito.


Ato estudantil homenageia Ulysses e Severo Gomes
Os 10 anos da morte do ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães e do ex-senador Severo Gomes foram lembrados em ato realizado pela Universidade Paulista e o Colégio Objetivo de Brasília. Uma peça de teatro, um show de Paulinho da Viola e mostra de fotografias marcaram a cerimônia em memória dos dois políticos, mortos em um acidente de helicóptero dia 12 de outubro de 1992, em Parati, Rio.


Celso Pitta e empresário absolvidos pela Justiça
O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, do PSL, e o empresário Jorge Yunes foram absolvidos ontem pelo juiz Pedro Luiz Aguirre Menin, da 14a Vara Criminal, quanto à acusação de crimes de corrupção passiva e ativa, respectivamente. Segundo o processo, Pitta teria recebido R$ 800 mil de Yunes, continuamente, entre 1997 e 1999 para que encaminhasse à Câmara Municipal mensagem de alteração do zoneamento da avenida Faria Lima.


Delfim descarta adesão a petista
Nenhuma adesão à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva provocou mais surpresa nos últimos dias do que a do ex-ministro de governos militares Delfim Netto, do PPB. O deputado confirmou que se encontrou com Lula a pedido do candidato há uma semana, em São Paulo. Porém, disse que não aderiu ao PT. 'Estou onde sempre estive. Eles é que mudaram', definiu. Também recusou integrar conselho de sábios, com economistas de diferentes tendências. Delfim Netto avaliou que o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, acertou ao elevar os juros básicos para 21% ao ano. Admitiu que a candidatura de José Serra será atingida por isso. Advertiu que tudo é possível no 2º turno.


Genoino quer votos, mas chama Maluf de adversário
O candidato do PT ao governo de São Paulo, José Genoino, minimizou ontem o alcance das negociações entre o seu partido e o PPB, de Paulo Maluf. Genoino admitiu que quer os votos que Maluf conquistou no 1º turno, mas evitou vincular isso a apoio formal. Reiterou que Maluf continua como adversário do PT. Porém, acredita que conquistará os eleitores do PPB porque eles não escolherão Geraldo Alckmin, do PSDB, que tanto criticou o candidato.


Joaquim Roriz decide usar armas da oposição no DF
Como estratégia para vencer Geraldo Megela, do PT, no 2º turno, o governador do Distrito Federal e candidato à reeleição, Joaquim Roriz, do PMDB, decidiu usar as mesmas armas da oposição. Ele mobilizou sua base parlamentar na Câmara Legislativa do DF para que supostas irregularidades envolvendo o petista sejam apuradas. Uma das promessas do governador na campanha é um botijão de gás e R$ 100,00 mensalmente para carentes.


Pedetistas de São Paulo aderem a Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato à reeleição, recebeu ontem o apoio do PDT, no comitê da coordenação de campanha tucana, no Itaim-Bibi, zona Sul da capital paulista. Além do deputado estadual reeleito Geraldo Vinholi, os três novos integrantes da Assembléia Legislativa pelo PDT, José Dilson, Rogério Nogueira e Marcelo Bueno, e todos os suplentes, mais vereadores e prefeitos participaram do ato de adesão.


PMDB conta com adesão de PFL e PL
O dia de ontem do candidato Germano Rigotto , do PMDB, foi dedicado a reuniões com partidos derrotados no 1º turno da disputa ao governo estadual para receber adesões. Pela manhã, encontrou-se com a direção do PL. O presidente do partido, deputado Paulo Gouvêa, salientou que a posição dos liberais no Estado é pela alternância do poder. Garantiu que não houve pressão do comando pró-Tarso Genro em função da coligação presidencial com o PT. À tarde, prefeitos, vices e vereadores do PFL manifestaram, na sede do partido, adesão a Rigotto. Segundo o presidente estadual do PFL, Germano Bonow, o apoio à candidatura de Rigotto é incondicional e sem interesse posterior.


PT começa a tratar de bloco no Senado
Ao eleger 14 senadores, o PT deverá brigar para escolher o presidente da Casa. O deputado Walter Pinheiro admitiu ontem que o partido buscará formar bloco com PDT, PPS e PSB, somando 23 senadores. 'Não poderemos ser vítimas de golpe. Caso os hoje governistas resolvam se unir, precisamos negociar', salientou. O senador Tião Viana disse que a tendência inicial era favorecer o PMDB na disputa pela presidência da Casa. Nesse caso, o candidato natural seria José Sarney, que apóia Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto. O PMDB ainda espera contar com a vaga do suplente de José Alencar, do PL, vice de Lula, se chegarem à Presidência. Assumiria Aelton José de Freitas.


Segurança pública provoca mais confrontos
As ações da segurança repetiram o confronto de governos. Tarso Genro indicou que na gestão passada houve aumento da criminalidade. 'Seu governo instalou o caos no setor', criticou o candidato do PT. Germano Rigotto reforçou que não queria tratar de ações passadas, mas lembrou que o Estado vive descontrole das estruturas policiais e falta de investimentos em equipamentos. O peemedebista cobrou explicações de Tarso sobre a redução no efetivo de policiais militares, indicando que 6 mil homens saíram da Brigada nos últimos anos. O petista reagiu garantindo que o atual governo teve mais ingressos que saídas de PMs e citou o Programa de Demissão Voluntária da gestão passada.

Na área da saúde, Rigotto defendeu a administração do PMDB, que, segundo ele, não atrasou repasses para os municípios. Destacou ainda que o Estado nunca recebeu tantos recursos graças às verbas federais. Tarso defendeu os programas do governo estadual e indicou que pretende cumprir a meta de 10% de aplicação de recursos e que manterá os investimentos em produção de medicamentos e com municipalização solidária. O peemedebista aproveitou e garantiu que buscará aumentar a aplicação acima de 10%.

A entrada na guerra fiscal foi vista por Rigotto como necessidade para atrair investimentos, enquanto não é feita a reforma tributária. Dados do desempenho do Produto Interno Bruto gaúcho foram indicados por Tarso como sintoma da recusa do atual governo de aderir à guerra fiscal. O desempenho da economia nos últimos quatro anos foi indicado pelo peemedebista como efeito da desvalorização cambial. 'Rigotto não quer falar do passado, mas ataca o nosso. Não permite comparações', rebateu Tarso. A paridade cambial, lembrou, foi criticada pelo PT. Na época, Rigotto era líder do governo. A criação da Universidade Estadual também gerou confronto. Tarso disse que o deputado votou contra a criação dessas instituições em 1988. Rigotto contrapôs, admitindo que não era a favor de espaço para apenas uma universidade. Defendeu a Uergs como instrumento para reativação do desenvolvimento regional. Tarso cobrou o voto contrário de Rigotto no seguro agrícola. O peemedebista disse que decidiu assim porque não era pacote.


Serra insiste em debater projetos
O presidenciável José Serra, do PSDB, disse ontem na volta da propaganda eleitoral em rádio e TV que não fará o terceiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Comprometeu-se a repetir os acertos e responder por erros. O alvo do programa foi a posição de Luiz Inácio Lula da Silva em ir a um único debate na TV. 'Não entendo a resistência de Lula. Não há o que temer', provocou. O tucano mostrou à noite seus apoiadores entre governadores eleitos, nomes que disputam o 2º turno e lideranças. Serra quer confrontar ações do governo federal com gestões do PT nos estados. A atriz Regina Duarte falou sobre o medo ante a vitória de Lula, sugerindo a volta da inflação e pressão externa.


Servidor é alvo da exibição do PMDB
O programa do candidato da União pelo Rio Grande, Germano Rigotto, na TV foi ontem em busca do voto dos servidores estaduais. O funcionalismo foi o alvo principal com promessas de ter valorizadas suas carreiras e melhor remuneração, sem se comprometer com índices de reajuste. Num gráfico, o candidato denunciou a perda de poder de compra dos salários em 15 anos. Descartou partidarizar as ações no setor. 'O funcionalismo não será perseguido e não terá PDVs (Programa de DemissãoVoluntária)', garantiu. Rigotto disse que abrirá concurso e manterá o Instituto de Previdência do Estado público. Propôs ainda pacto no governo para dar dignidade aos servidores.


Aníbal vê o aumento dos juros como 'paulada forte'
O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal, um dos coordenadores da campanha à Presidência, disse ontem que o aumento da taxa básica de juros de 18% para 21% ao ano é 'uma paulada forte, um anticlímax na expectativa de redução'. Sobre as conseqüências dessa medida na campanha de José Serra, Aníbal disse que podem ser negativas, mas se deve manter os fundamentos da economia.


Contestada distribuição de folhetos em Rondônia
O coordenador estadual da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, à Presidência, Tácito Pereira dos Santos, reagiu ontem à distribuição de panfletos anônimos na periferia de Porto Velho, Rondônia, pregando que Lula, se eleito, fechará igrejas evangélicas. 'Lula tem apoio nacional dos evangélicos e respeito religioso. O que estão fazendo é terrorismo', afirmou. Rondônia é o segundo estado com maior índice de crescimento de evangélicos.


Força Sindical resolve liberar sindicatos filiados
A Força Sindical decidiu ontem, em São Paulo, liberar os 1.843 sindicatos filiados para apoiarem qualquer um dos candidatos à Presidência no 2º turno, Luiz Inácio Lula da Silva ou José Serra. 'Cerca de 70% dos sindicatos vão apoiar Lula. Os outros 30% ficarão com Serra', disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Segundo ele, não seria justo a maioria enquadrar a minoria.


Presidenciável vai ao Sergipe ajudar petista
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de comício hoje, em Aracaju, para ajudar a campanha do senador José Eduardo Dutra, candidato do PT ao governo de Sergipe. Lula é o grande trunfo de Dutra para tentar derrotar o adversário João Alves, do PFL, nas eleições estaduais. No 1º turno, Alves, cujas pesquisas indicavam vitória sem a necessidade de 2º turno, obteve 43% dos votos, enquanto Dutra ficou com 28%.


PSTU escolhe PT, mas promete fazer oposição
O PSTU anunciou ontem, em São Paulo, que apoiará o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, no 2º turno. Porém, adiantou que fará oposição num eventual governo petista, entendendo que o PT deveria romper com o FMI, não pagar a dívida externa e dizer não à Área de Livre Comércio das Américas. Segundo o candidato derrotado do partido à Presidência, José Maria, os militantes do PSTU foram convocados a trabalhar em busca de votos.


TRE soma R$ 867 mil em multas
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aplicou até ontem R$ 867.241,50 em multas por propaganda irregular. A Frente Popular lidera o ranking de candidatos e coligações com mais infrações. Soma 90 multas, com valor total de R$ 494.806,50. Dos 628 processos que deram entrada no Núcleo da Propaganda do TRE, 335 foram apreciad os pelo Pleno, que manteve as decisões. Predominam as ações de colocação de materiais em postes, tapumes, muros, cavaletes e 'pirulitos'. As multas aplicadas nas eleições de 1996 e de 1998 foram anistiadas este ano. A cobrança das atuais penalidades dependerá da conclusão do julgamento dos recursos. A União pelo Rio Grande sofreu 18 multas, somando R$ 95.769,00. Com 17 penalidades, a aliança Rio Grande em Primeiro Lugar pagará R$ 90.448,50 à Justiça Eleitoral. O PPB teve 11 multas, totalizando R$ 58.525,50. A coligação PDT-PAN somou oito infrações no valor de R$ 47.884,50; o PSB, sete de R$ 37.243,50; e o PTB, seis de R$ 31.923,00. A maioria das multas seguiram o mínimo legal de R$ 5.320,50. O pagamento será dividido entre candidatos e coligações.


Artigos

Palavra aos (às) educadores (as)
Lucia Camini

Universalmente, o papel social do educador está vinculado à formação humana. Sua função essencial é cuidar da vida, da construção de seres humanos históricos. O que distingue os verdadeiros educadores é a sensibilidade, a postura democrática, o respeito às diferenças, a capacidade de diálogo e o compromisso social no exercício de sua profissão. Trabalho apaixonante que envolve mente e coração na formação dos cidadãos.
Nessa perspectiva, vivenciamos ricas experiências educacionais no RS através do movimento desencadeado nas comunidades escolares, com resgate histórico, análise e avaliação de práticas pedagógicas, reconstrução dos projetos político-pedagógicos, regimentos escolares e planos de estudos. Como resultado, há propostas educacionais mais qualificadas, com o currículo escolar organizado respeitando tempos e espaços de aprendizagem dos educandos. Em diferentes espaços surgem projetos culturais, incentivando arte, música e teatro, como formas de expressão de novos valores éticos, capazes de interferir na construção de um mundo de paz.

Um revigoramento pedagógico em curso, com superação de conflitos, qualificação profissional e debate permanente, sem modelos preestabelecidos ou imposições, vem assegurando espaços de participação e autonomia na prática educativa. Somos muitos educadores preocupados com a tarefa de ensinar e aprender. A busca constante de aprendizado visa acompanhar as inovações científicas e tecnológicas e manter o diálogo com jovens estudantes que vivem no mundo globalizado em transformação. Por essas razões, o processo de formação tem despertado interesse e participação crescente dos educadores empenhados em qualificar seu trabalho.

As palavras de Paulo Freire falam aos educadores, no seu dia, pela forma humana como conduzem o ato educativo: 'Meu dever ético, enquanto um dos sujeitos de uma prática, impossivelmente neutra - a educativa - é imprimir o meu respeito às diferenças de idéias e de posições. Meu respeito até mesmo às posições antagônicas às minhas, que combato com seriedade e paixão'.

Assim, com sensibilidade, responderemos aos desafios do presente como eternos aprendizes e construtores da pedagogia da esperança. Parabéns pelo nosso dia!


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

ENTENDIMENTO A CAMINHO
1) Não será surpresa se surgir em Porto Alegre comitê Lula-Rigotto. Tudo por conta de gestões do PDT que não quer mais perder o bonde da história.

2) Está para se estabelecer a aproximação entre Leonel Brizola e o presidente regional do PMDB, deputado Cezar Schirmer, reconhecidamente um político do diálogo. Ponto de partida para conversa: as origens são comuns.

3) Consultado por telefone, ontem, Brizola não opôs qualquer resistência ao diálogo com o PMDB, o que não implica apoio imediato à candidatura ao governo do Estado. A primeira meta será a reconquista da Prefeitura de Porto Alegre. Os pré-candidatos são Mendes Ribeiro Filho e Vieira da Cunha que poderiam formar dobradinha. Pesquisa definiria a cabeça-de-chapa.

O QUE QUEREM
A reunião do PDT regional, ontem, comprovou que a maioria é a favor do apoio à candidatura de Germano Rigotto. A decisão de liberar filiados não agradou, provocando protestos e discussões no final.

AMEAÇA
De Montevidéu, Leonel Brizola ligou ontem para dizer que eqüidistância é 'democrática' na sucessão do RS. Não gostou que deputados do PDT apóiem um dos candidatos e falou em punição aos rebeldes.

ESCOLAS
Foi um jogo de esgrima o debate de ontem à noite na TV Bandeirantes com táticas bem diferentes. Tarso Genro veio disposto ao ataque, tentando vincular o adversário ao governo anterior. Germano Rigotto teve dupla tarefa de se defender e, raras vezes, partir para ofensiva, que não é sua especialidade. Somam-se nesses comportamentos e reações a formação e prática política. Os candidatos são de duas escolas diversas.

DEBATES
A presença do candidato Germano Rigotto ao governo do Estado na TV Bandeirantes, ontem à noite, representa a sua concordância em participar de outros debates, inclusive na TV2 Guaíba, dia 24, às 22h.

MAIS ESPAÇO
A participação das mulheres na Câmara dos Deputados subiu em relação ao número de candidatas eleitas em 1998. Eram 29 e a partir do final de janeiro de 2003 serão 43 deputadas federais, o equivalente a 8,4% dos 513 parlamentares eleitos.

EM DEBATE
Começaram ontem, no plenário da Câmara Municipal, os debates sobre o IPTU. O secretário da Fazenda, Ricardo Collor, garante que não cobrará impostos de anos anteriores. Mais: imóveis da área rural terão isenção do tributo quando comprovarem produção primária.

NO SHOW
O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, que veio a Porto Alegre apoiar Tarso Genro, estendeu sua permanência além do previsto. Sua filha Nina Beatriz, de 16 anos, que o acompanha, exigiu que fosse assistir ao show do Red Hot Chili Peppers, ontem à noite, no Gigantinho.

PRAZO FIXADO
Ferve cada vez mais o caldeirão em Uruguaiana: o prefeito Caio Riela, do PTB, quer até hoje à noite todos os cargos que o PMDB detém na administração municipal. Motivo: não causar desconforto aos que apóiam Germano Rigotto. Caio abriu voto em favor de Tarso Genro.

REFORÇO
O secretário da Fazenda, Arno Augustin, é a mais nova adesão à campanha do candidato Tarso Genro. Ficará duas semanas licenciado .
O substituto Odir Tonolier assume.

APARTES
Tem havido coincidência na escolha de temas dos programas de TV dos candidatos ao Piratini. Coincidência.

Presidente FHC e governador Itamar Franco se encontram nesta semana. Como velhos amigos...

Prefeito de Caxias do Sul, Pepe Vargas, em férias, acompanhou Tarso Genro no debate de ontem à noite.

Conselheiro Eduardo Krause, em férias até o final do mês, entra na campanha de Germano Rigotto.

Uma das surpresas do 2º turno: PSB de São Paulo apoiará o PSDB.

Oposição derrubou ontem, na Câmara Municipal, 11 dos 12 vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Memória das Eleições, de segunda a sexta-feira, às 10h57min, 16h27min e 23h57min, na Rádio Guaíba.

Deu no jornal: 'Alckmin e Genoíno dão como certo apoio de Maluf no 2ºturno'. Passe valorizado.

Norma de guerra prevê proibição do bombardeio de balões com projéteis. Em campanha eleitoral idem.


Editorial

O CONHECIMENTO DA REALIDADE

O debate que o período de campanha política oportuniza, sobre temas do mais alto interesse para o país, permite, seja qual for o ponto de vista abordado pelos candidatos, ampliar consideravelmente o conhecimento dos brasileiros sobre a realidade nacional. Não vivemos num mar de rosas, mas também não nos encontramos no pior dos mundos. Mesmo em se tratando de um país de fortes contrastes, com regiões que pelo adiantamento p odem rivalizar com países do Primeiro Mundo, embora até mesmo nelas existam bolsões de miséria, como nas periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, outras há, como nas grotas nordestinas, onde o progresso é desconhecido pelas populações desassistidas, abandonadas à própria sorte. Agora, quando são apenas dois candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva, pela oposição, e José Serra, pelo governo, que numa rodada de segundo turno disputam a preferência do eleitorado para suceder o presidente Fernando Henrique Cardoso, no debate que travam, na defesa de seus programas, o nível de informações sobre as principais questões nacionais deverá alcançar seu ponto máximo.

Tanto Lula como Serra contam, pela campanha que até aqui desenvolveram, percorrendo o país e mantendo contato com as populações de todos os estados, com visão privilegiada de nossa realidade. Estão propondo, em seus programas, formas distintas de como encaminhar soluções para problemas que hoje, mais do que nunca, afligem o Brasil, como o do desemprego, da violência, da exclusão social, da má distribuição da renda, do déficit da Previdência Social, entre outros, que ainda perduram, mesmo que se reconheça, por um dever de justiça, que muito tenha sido feito, pelo governo do presidente Fernando Henrique, para amenizá-los. Seja qual for o eleito, quando for conhecido o resultado do pleito do próximo dia 27, a campanha política deixará um salto inestimável, na medida em que ofereceu aos brasileiros uma gama notável de informações sobre a realidade em que vivemos.


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10/15/2002


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