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Nos últimos quatro anos, apenas quatro navios que realizam cruzeiros marítimos na costa brasileira foram retidos nos portos por apresentarem algum tipo de deficiência. Todas de origem estrangeira, as embarcações dedicadas a esses circuitos foram submetidas a 103 inspeções da Marinha no período, que em geral constatou bom estado operacional.

A condição de segurança foi atestada pelo superintendente de segurança do tráfego aquaviário da Marinha, o capitão-de-mar-e-guerra Mauro Guimarães Carvalho Leme Filho, nesta terça-feira (10), durante audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

O debate, sugerido pela senadora Ana Amélia (PP-RS), foi motivado pelo naufrágio do navio Costa Concórdia, em janeiro deste ano, no litoral da Itália. A intenção era verificar o nível de segurança dos passageiros em cruzeiros marítimos no Brasil e os direitos assegurados em caso de acidente.

A confiabilidade dos navios foi reiterada pelo presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), Ricardo Amaral. Segundo ele, 28 fatalidades foram registradas a bordo de navios de cruzeiro entre 2002 e 2011. A maioria dos episódios (22) envolveu tripulantes e foi classificada como acidente de trabalho. O segmento transportou, nesse período, 153 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Profissional treinado para manobrar navios próximos a obstáculos, a atuação do prático também foi apontada como fundamental para reduzir o risco de acidentes. De acordo com Marcos Jorge Matusevicius, representante do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), o Costa Concórdia não teria um prático a bordo para orientar sua condução naquela região costeira.

– Toda manobra de navio tem riscos potenciais. O prático vai a bordo nas regiões onde a navegação é mais perigosa. Se ele não puder evitar, vai minimizar as conseqüências de acidentes – comentou Matusevicius.

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