Defesa da Ética marcou atuação parlamentar de Jefferson Péres



Jefferson Péres foi senador pelo PDT do Amazonas. Nasceu em Manaus, no dia 19 de março de 1932. Em 1959, formou-se em Direito pela Universidade do Amazonas e, em 1967, graduou-se em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Foi professor de Economia na Universidade do Amazonas e membro do Conselho de Educação daquele Estado.

Fez pós-graduação em Ciência Política, no Instituto Superior de Estudos Brasileiros, e em Administração Pública, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Exerceu cargos na Corregedoria-Geral da Justiça do Amazonas e no Tribunal de Justiça do estado, foi vereador em dois mandatos, a partir de 1988, e eleito senador pela primeira vez para o período de 1995 a 2003.

Consagrado pelas urnas em outubro de 2002 com 543.158 votos, Jefferson Péres era conhecido no Senado e na vida política como um homem de posições firmes e decididas, cuja atuação parlamentar foi marcada pela postura ética. Essa sua postura foi determinante para que deixasse o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, em maio de 2003, por discordar do encaminhamento de questões ali discutidas. Afirmando cumprir um dever de fidelidade com sua consciência, Péres disse não poder concordar que aquele órgão se transformasse em "reposteiro para a impunidade". O parlamentar havia se destacado no Conselho de Ética como o relator do processo que levou à cassação do então senador Luiz Estevão, em junho de 2000.

Luta em defesa da Amazônia

Seu último pronunciamento em Plenário foi centrado no debate das questões da Amazônia. Falando da tribuna, no dia 21 de maio de 2008, Jefferson Péres disse que não tinha medo da cobiça internacional da região. A seu ver, ameaça maior seria a cobiça nacional, representada pelas ações de pecuaristas e madeireiros. Segundo disse naquele dia, esses dois tipos de exploradores poderiam levar a Amazônia ao "holocausto ambiental". Para fazer frente à essa situação, Péres defendia o fortalecimento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e dos centros de biotecnologia das universidades brasileiras, além de uma presença mais efetiva das Forças Armadas na região.

Jefferson Péres foi candidato à presidência do Senado, em fevereiro de 2001. Derrotado, em sua campanha defendeu uma ampla reforma político-partidária e eleitoral, afirmando que somente tais mudanças poderiam superar o que chamou de "inquietante divórcio entre representantes e representados".

Em agosto de 2006, em pronunciamento no Plenário, Jefferson Péres anunciou que deixaria a vida pública ao final de seu mandato, que terminaria em 2010. Ele afirmou estar profundamente desalentado com a vida pública brasileira. Segundo suas palavras, não havia no país uma elite dirigente compromissada com a boa gestão da coisa pública. O senador avaliou que a crise ética vivida pelo Brasil não se restringia somente à classe política, mas que estava disseminada a grande parte da sociedade brasileira.

- Não quero mais viver a vida pública. Vou cumprir o mandato que o povo do Amazonas me deu, não vou me silenciar, mas não me candidatarei em 2010. A classe política já apodreceu há muito tempo - afirmou Jefferson Péres naquele dia.



26/05/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Jefferson Péres atuava em defesa da ética, diz Suplicy

"Jefferson Péres é um símbolo de defesa da ética", afirma Patrícia Saboya

Valdir Raupp destaca luta de Jefferson Péres em defesa da ética na política

JEFFERSON PÉRES ELOGIA DECISÃO DO STF SOBRE IMUNIDADE PARLAMENTAR

Heráclito afirma que Jefferson Péres foi um parlamentar em tempo integral

Inácio Arruda ressalta atuação de Jefferson Péres na CCJ