Defesa do meio ambiente exige mobilização, diz Paim



O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta sexta-feira (23), em Plenário, que a conservação dos mananciais aquáticos é um dos maiores desafios para a população nos próximos anos. Segundo ele, a contaminação das reservas de água já ameaça a sobrevivência em algumas regiões do planeta, enquanto a industrialização e a crescente urbanização contribuem para o aumento da demanda de água potável em todo o mundo.

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- A escassez de água ameaça a vida no planeta. A questão exige uma reflexão individual e coletiva, além de urgente mudança no padrão de comportamento. A população mundial triplicou no século 20, enquanto o consumo de água aumentou seis vezes - disse Paim.

Segundo Paim, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera que cada pessoa precisa de pelo menos 50 litros diários de água para beber, tomar banho e cozinhar. Atualmente, explicou, mais de 1,1 bilhão de pessoas em todo o mundo já não contam com a garantia de consumo desse percentual mínimo, enquanto no Brasil esse número seria de 22,6 milhões de pessoas.

Paim também disse que as doenças transmitidas por água contaminada matam uma criança a cada quinze segundos no mundo, enquanto 1,8 milhão de pessoas em todo o planeta, das quais 90 % são crianças de até 5 anos, morrem diariamente em conseqüência de desidratação, diarréia e outras problemas de saúde decorrentes da falta d"água.

Lixo

Além da contaminação das reservas aquáticas, Paim disse que os lixões também ameaçam a qualidade de vida na maioria dos municípios brasileiros. Ele defendeu o desenvolvimento de programas que possibilitem a redução da quantidade de lixo produzido pela população, a exemplo da coleta seletiva dos resíduos sólidos e orgânicos.

- A construção de aterros sanitários certamente terá um impacto ambiental muito positivo. Ao contrário dos aterros, os lixões não possuem nenhum tipo de sistema de controle ambiental, com o lixo sendo lançado a céu aberto, ficando à disposição de animais, urubus, ratos, baratas e pessoas, infelizmente - disse o senador pelo PT do Rio Grande do Sul.

Paim também ressaltou a destruição da Mata Atlântica por atividades predatórias promovidas pelo próprio homem. Segundo ele, atualmente sobram apenas 7% da floresta que há mais de 500 anos cobria vasta porção do território nacional, desde o Rio Grande do Norte até à Região Sul do Brasil, chegando à Argentina e ao Paraguai.

O desvio ilegal das riquezas naturais, conhecido como biopirataria, também ameaça os índices de qualidade de vida em todo o planeta, disse Paim. Segundo ele, muitos pesquisadores estrangeiros desembarcam com vistos de turista no Brasil e infiltram-se em comunidades indígenas amazônicas, onde estudam espécies vegetais e animais que interessam às indústrias farmacêuticas e cosméticas.

- Muitas frentes de luta estão se formando em defesa do meio ambiente. É claro que estamos avançando. A edição do decreto 4.339/02 é de grande relevância, pois institui os princípios e diretrizes da política brasileira para a biodiversidade - concluiu.



23/06/2006

Agência Senado


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