Defesa e Justiça Eleitoral unificam cadastro para saber quem deve votar e se alistar



Parceria entre o Ministério da Defesa (MD) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá possibilitar a unificação dos cadastros de alistamento militar e eleitoral, além de melhorar a logística dos processos de alistamento em áreas isoladas. O objetivo da ação é consolidar a democracia no País.

A carta de intenções foi assinada nesta quarta-feira (15) pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski. O evento aconteceu na sede do tribunal, em Brasília (DF). Pela iniciativa, os dois órgãos firmaram compromisso de realizar um intercâmbio de conhecimentos, dados e experiências para promover, de “forma cooperativa”, o alistamento de eleitores e o de conscritos (recrutados) para o serviço militar.

Segundo o documento, o público alvo dos alistamentos militar e eleitoral é o mesmo e a integração das informações referentes a esses processos, mantidas pelo MD e pelo TSE, fornecerá a sinergia necessária para que sejam aprimorados.

“Os alistamentos militar e eleitoral permitem que o brasileiro exercite em toda a sua plenitude a cidadania que lhe é garantida na Constituição Eleitoral. São dois momentos profundamente importantes na vida dos cidadãos e cidadãs, que nós vamos otimizar e conjugar futuramente”, afirmou Lewandowski.

O ministro do TSE acrescentou, também, que o cadastro da Justiça Eleitoral é um dos mais aperfeiçoados e precisos do Brasil, uma vez que abrange todas as informações dos brasileiros a partir dos 16 anos de idade.

Celso Amorim destacou que o sistema eleitoral brasileiro é motivo de admiração no exterior e que o País tem condições, inclusive, de dar assistência eleitoral a outras nações. “Sabemos que países altamente desenvolvidos tiveram problemas, de variadas ordens, no processo de eleições. Portanto, o Brasil sabe fazer as coisas e poderia auxiliar nesses processos.”

A parceria firmada prevê, ainda, que se estude a possibilidade do uso de navios hospitais da Marinha e de instalações dos pelotões de fronteira do Exército como unidades de alistamento eleitoral e militar. Com essa medida, populações que vivem em localidades isoladas do País poderão se ajustar com as juntas militares e a Justiça Eleitoral com mais conforto e rapidez.

Para o almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, responsável pela Chefia de Logística do Ministério da Defesa, “a carta é o primeiro passo para a elaboração de um futuro Protocolo de Intenções, que vai ampliar o exercício da cidadania a mais de um milhão e meio de jovens brasileiros, anualmente.”

Estiveram presentes na cerimônia, além dos ministros da Defesa e do TSE, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito; o chefe do Estado Maior da Armada, almirante-da-esquadra João Afonso Prada Maia de Faria, representando o comandante da Marinha do Brasil; o chefe do Departamento-Geral do Pessoal; e o general-de-exército Lúcio Mário de Barros Góes, representando o comandante do Exército, secretários e representantes do Ministério da Defesa, e oficiais generais.

Durante o evento, ocorreu o pré-lançamento do vídeo O papel das Forças Armadas nas eleições. Produzido pelo TSE, com o apoio da Defesa, o filme mostra, em cerca de dez minutos, a participação de militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira em operações destinadas a garantir a tranquilidade de pleitos eleitorais em diferentes locais do País.

Amparado no depoimento de eleitores, profissionais da Justiça Eleitoral e militares, o vídeo destaca o papel das Forças Armadas como presença do estado em regiões de difícil acesso ou em que há necessidade de transmitir, aos eleitores, a segurança de que as eleições vão ocorrer normalmente.

“As Forças tem prestado papel relevantíssimo ao sucesso das eleições, tanto na segurança quanto no apoio logístico”, salientou Lewandowski. O ministro da Defesa, por sua vez, ressaltou que o vídeo mostra, com clareza, esse papel das Forças Armadas. “É com muito orgulho que nós, da Defesa, acompanhamos o trabalho das dos militares nas eleições. Defesa e cidadania andam juntas”, acrescentou.

A cada eleição, cerca de 15 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são convocados para apoiar o processo em mais de 300 municípios que requerem ajuda logística, devido às grandes distâncias geográficas do Brasil. Posteriormente, o filme deverá ser veiculado na TV Justiça e em outros canais mantidos por instituições públicas.

O alistamento militar é realizado, atualmente, de forma presencial e é obrigatório para todos os cidadãos brasileiros do sexo masculino. Nos primeiros seis meses do ano em que completam 18 anos, os jovens devem se apresentar à Junta de Serviço Militar mais próxima de sua residência. A lista de juntas pode ser acessada no site do serviço militar.

Já o processo de alistamento eleitoral exige que todos os cidadãos, a partir dos 18 anos de idade, façam seu título de eleitor. Aos adolescentes de 16 e 17 anos que queiram participar das eleições, a emissão do documento eleitoral é permitida e o alistamento é voluntário.

Fonte:
Ministério da Defesa

 



14/03/2012 19:27


Artigos Relacionados


Senado vota inelegibilidade de quem teve contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral

CCJ deve votar projeto de Jereissati que aumenta pena para quem explorar trabalho escravo

Senado deve votar indicações para os Conselhos de Justiça e do Ministério Público

Plenário do Senado deve votar reforma eleitoral esta semana

Simon diz que PSDB e PT debatem para saber "quem é o pior"

CCT terá reunião extraordinária na semana que vem e deve votar projeto que modifica legislação eleitoral