Delcidio defende uso de gás natural para impedir racionamento de energia
O senador Delcidio Amaral (PT-MS) defendeu em Plenário, nesta quarta-feira (2), a inserção do gás natural na matriz energética brasileira. Ex-diretor da Petrobras, o parlamentar acredita que o uso do produto em termelétricas se mostra uma alternativa acertada para evitar novos racionamentos de energia no país.
- O gás natural tem importante missão a cumprir no Brasil, seja pela substituição de energéticos mais caros ou mais poluentes, seja pela viabilização de usinas termelétricas - afirmou. Contestando as críticas dirigidas às termelétricas a gás, Delcidio assinalou que esse sistema representará um seguro nos períodos de hidrologia desfavorável.
Com reservas mundiais semelhantes às do petróleo, o gás natural constitui, na sua opinião, -a grande solução para os desafios do crescimento sustentável-. Enquanto na Argentina e nos Estados Unidos esse combustível representa, respectivamente, 40% e 25% da matriz energética, sua utilização no Brasil ainda não teria alcançado patamares expressivos.
Brasil-Bolívia
Apesar da parceria energética firmada com a Bolívia, o país arca hoje com um prejuízo diário de US$ 1 milhão, conforme revelou, por não consumir o gás boliviano importado. -Precisamos criar um mercado consumidor para o produto e aproveitar suas vantagens-, assinalou. Além do emprego do gás natural em substituição a combustíveis mais caros, como GLP (gás liqüefeito de petróleo), gasolina e óleo diesel, Delcidio Amaral destaca como benefícios seu menor efeito poluente e a geração simultânea de calor industrial e energia elétrica.
Sua preocupação em intensificar o uso do gás no sistema energético nacional recebeu elogios dos senadores Ana Júlia Carepa (PT-PA), José Jorge (PFL-PE), Valdir Raupp (PMDB-RO), Rodolpho Tourinho (PFL-BA), Hélio Costa (PMDB-MG) e Garibaldi Alves (PMDB-RN). A diversificação da matriz energética é de grande interesse do povo do Pará, comentou Ana Júlia, lembrando que o estado tem o segundo pior sistema de distribuição de energia, embora seja exportador de energia elétrica para outras regiões.
Ex-ministro de Minas e Energia, José Jorge considera viável o gás disputar espaço com os derivados do petróleo, mas advertiu para o custo superior em relação à energia hidrelétrica. Raupp apelou ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) pela liberação de licença ambiental para construção do gasoduto Urucu-Porto Velho, assinalando a capacidade de o gás gerar -energia mais barata e mais limpa-.
Também na condição de ex-ministro de Minas e Energia, Tourinho disse que a inserção do gás depende da construção de termelétricas, questão diretamente associada à segurança do sistema energético. Já Helio Costa afirmou que o acordo Brasil-Bolívia vai propiciar a geração de energia limpa e levar o país a se tornar uma potência industrial. Garibaldi, por sua vez, questionou se as termelétricas instaladas durante o racionamento de energia se inseriam no modelo proposto.
02/04/2003
Agência Senado
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