Delegado diz que há poucos policiais no Vale dos Sinos
A falta de investimentos do Governo Estadual na contratação de servidores de polícia foi a principal queixa do delegado João Carlos da Luz Diogo, diretor da 10ª região policial do Vale dos Sinos, que depôs ontem aos deputados da CPI da Segurança Pública. A reunião aconteceu na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, atendendo o pedido do deputado Jair Foscarini (PMDB). O segundo depoente, coronel Luiz Fernando Farias, não compareceu à sessão devido ao falecimento de um familiar.
Conforme o delegado, apenas 430 policiais civis atuam na 10ª região, que engloba 14 municípios entre Canoas e Dois Irmãos. "Isso é menos da metade do ideal", afirmou. Devido à carência de efetivo, nove órgãos policiais da região estão sendo desativados, incluindo centros de operações, delegacias e Departamentos de Furtos de Veículos (Defrecs). A idéia é dinamizar a ação da polícia, reagrupando os servidores em um único distrito, a ser instalado em Novo Hamburgo. "Alguns órgãos tinham uma estrutura muito burocrática e realmente precisavam ser fechados. O problema é que muitas delegacias estão sendo desativadas sem necessidade", revelou Diogo. Ele adiantou que a Secretaria de Justiça e Segurança (SJS) designou mais 67 policiais para reforçar o atual quadro de servidores.
O delegado também criticou a falta de investimentos em viaturas e equipamentos, como computadores e telefones celulares. A atual frota da polícia conta com 82 carros, boa parte em conserto ou fora de uso, e a maioria dos delegados não possui linha móvel paga pelo Estado. O sistema de informática que interliga as informações entre todas as delegacias está em funcionamento limitado. Diogo denunciou ainda a existência de aproximadamente 50 inquéritos contra policiais por suspeita de corrupção.
Segundo ele, 50% das denúncias já foram investigadas e os responsáveis punidos. O delegado também disse que as polícias militar e civil reúnem-se uma vez por mês para realizar operações pente-fino e rondas em locais de alta periculosidade, conforme estipula o Plano Nacional de Segurança.
Para o presidente da CPI, deputado Valdir Andres (PPB), o depoimento de Diogo confirma a total falta de interesse do Governo em melhorar a qualidade do serviço policial na região. "O Vale dos Sinos está passando por uma situação muito crítica, com falta de pessoal e equipamentos. Mas parece que o Governo só enxerga a verdade que lhe convém", declarou. O relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT), diz que o quadro de carências no Vale dos Sinos deve ser imediatamente atacado pela Secretaria da Segurança. "A situação é alarmante na região. Até a capital é superada em determinados delitos., como é o caso dos roubos, cuja cidade com maior incidência no Rio Grande do Sul é São Leopoldo, que registrou 1.687 casos por 100.000 habitantes em 2.000", afirmou Vieira.
Também participaram da reunião os deputados Germano Bonow (PFL), Ronaldo Zülke (PT) e Ivar Pavan (PT). Na próxima quinta-feira, a Comissão vai ouvir novamente o empresário Guilherme Ribeiro sobre a reunião entre diretores da Lotergs e estrangeiros ligados ao jogo eletrônico, além de representantes da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (BM), do Sindicato dos Servidores de Polícia (Servipol) e da União Gaúcha dos Inspetores e Escrivães de Polícia.
09/25/2001
Artigos Relacionados
Uergs terá ato público no Vale dos SInos
Discutido Centro de Juventude para o Vale dos Sinos
Deputados unem-se em defesa da Uergs no Vale do Sinos
Vale dos Sinos promove ato público em defesa da Uergs
Comissão Pró-Uergs do Vale dos Sinos se reunirá com Coredes
Comandante da BM no Vale dos Sinos explica situação da região