Demóstenes contesta Suplicy: Cesare Battisti assassinou e o Brasil não pode rever uma decisão da Justiça italiana




Logo depois de o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defender em Plenário o preso italiano Cesare Battisti, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) ocupou a tribuna para contestar o senador petista. O parlamentar afirmou que Cesare Battisti "é um assassino que matou quatro pessoas e deixou outra com incapacidade permanente" e não agiu politicamente.

Demóstenes lembrou que Suplicy lera trecho de carta de Battisti onde ele afirma que não teve oportunidade de se defender no processo que correu na Justiça italiana porque estava asilado no México. No entanto, Demóstenes ponderou que Battisti "não estava asilado; estava foragido. Ele fugiu da Justiça italiana".

- É bom lembrar que ele foi julgado à revelia, como amplo direito de defesa. Não podemos usar esta história de que ele poderá ser perseguido na Itália. O parecer aprovado pelo advogado-geral da União do Brasil chega à conclusão de que a situação dele poderá ser agravada na Itália. Se fosse uma ida para Cuba, até concordo que a situação dele poderia ser agravada. Mas na Itália, não. Trata-se de um país de ampla tradição democrática - observou.

Para Demóstenes, o STF autorizou o presidente da Lula a fazer a extradição de Battisti por este ser um ato exclusivo do presidente da República.

- O ato é vinculado, não discricionário. Não podemos rever a decisão da Justiça italiana. Não adianta o senhor Cesare Battisti, depois de fazer o que fez, vir aqui pedir clemência. Como disse o senador Pedro Taques [PDT-MT], daqui a pouco o Bin Laden vai se sentir perseguido, o Brasil abre as portas, e ele vai dizer: "Não quero ser julgado nos Estados Unidos, porque lá a minha situação vai ser agravada." E teremos aí um grave precedente, um precedente terrível" - sustentou Demóstenes Torres.

Depois, o senador Eduardo Suplicy voltou a reafirmar que o STF deu ao presidente Lula "o direito de extraditar ou não" Cesare Battisti. Propôs a Demóstenes Torres que, se quiser mesmo "conhecer a verdade até o fim", Battisti poderá ser convidado a vir ao Senado explicar o que aconteceu com ele.



03/02/2011

Agência Senado


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