Suplicy lê carta de escritora em defesa de Cesare Battisti
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu em Plenário carta que a escritora francesa Fred Vargas encaminhou ao ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal, relator do processo de extradição, a pedido do governo italiano, de Cesare Battisti, ex-integrante de um dos braços das Brigadas Vermelhas. A escritora vem lutando para que o STF confirme a decisão do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, que concedeu status de refugiado político a Battisti.
Suplicy observou que a escritora, "impressionada com os detalhes dos processos", resolveu dedicar todo o seu tempo nos últimos dois anos a mostrar às autoridades que Battisti realmente cometeu ações armadas, como assaltos a bancos, pelos quais foi condenado a 12 anos. Entretanto, sustenta que ele "nunca cometeu assassinatos".
Na carta ao ministro, Fred Vargas lembra que foi aberto um segundo processo, que ocorreu durante a ausência de Battisti da Itália, em que foram apresentadas três procurações que ela sustenta serem falsificadas. Diz que tais procurações "foram fabricadas para que os membros do grupo realmente implicado" em quatro homicídios, inclusive seu chefe, pudesse acusar o ausente Battisti, os quais obtiveram delação premiada. Com isso, os quatro receberam penas de oito a 15 anos de cadeia, enquanto Battisti foi condenado à prisão perpétua.
"Ele foi condenado sem qualquer prova material, nem testemunha ocular", afirma a escritora francesa na carta. Ela diz esperar que os integrantes do STF não enviem à prisão, por toda a vida, "um homem sem qualquer prova de culpabilidade", que "nunca matou ninguém". O STF deve julgar o caso nesta semana, conforme notícias da imprensa.
08/09/2009
Agência Senado
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