Demóstenes critica a política brasileira com 'vizinhos problemáticos'



O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) sustentou, em discurso, que "é patética" a política do governo brasileiro em relação a alguns países "vizinhos problemáticos". Ele lamentou que o Brasil insista em tratá-los com "candura e condescendência", embora só tenha colhido prejuízos.

Na opinião do senador, apesar do enorme potencial para exercer liderança na região, para os vizinhos latino-americanos o Brasil se tornou "aquele paizão" que aceita tolerante as indisposições dos filhos, mesmo quando elas ameaçam o interesse nacional, ferem a segurança jurídica dos contratos e põem em risco a integridade dos brasileiros que moram em seu território.

Demóstenes Torres citou as divergências mais conhecidas, a começar pela decisão do presidente Evo Morales, da Bolívia, de quebrar contratos firmados com a Petrobras, ocupar instalações da empresa com o Exército e ameaçar constantemente diminuir o fornecimento de gás aos brasileiros. Observou que, ao mesmo tempo, milhares de brasileiros que se dedicam ao agronegócio na Bolívia vivem em insegurança jurídica sobre suas propriedades.

O presidente Rafael Correa, do Equador, "proxeneta da doutrina bolivariana, foi acometido de histeria nacionalista" e expulsou a empreiteira brasileira Odebrecht do país. A seguir, ameaçou a estatal brasileira Furnas e a Petrobras, para depois conseguir "generosa alteração" em contratos com a petrolífera brasileira. No meio da crise, continuou Demóstenes, o Equador anda ameaçou dar calote em um empréstimo feito pelo BNDES.

Já a Argentina vive erguendo barreiras alfandegárias contra produtos brasileiros, enquanto o governo brasileiro age com "condescendência indecente", oferecendo, inclusive, energia elétrica para cobrir os déficits argentinos, citou o senador. A Venezuela, lembrou, chegou a anunciar o gasoduto do sul, que cortaria o Brasil para levar gás até a Argentina, mas a obra foi abandonada por Hugo Chaves.

Por último, lembrou Demóstenes, o novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, elegeu-se ameaçando o acordo sobre a venda de energia de Itaipu ao Brasil. Acrescentou que, nas últimas semanas, brasileiros que compraram fazendas no país vizinho passaram a receber ameaças de "bandoleiros apoiadores de Lugo", que querem as terras para "fazer reforma agrária a bordunadas". No caso de Itaipu, o senador teme que o Brasil tenha novo prejuízo em suas relações com os vizinhos latino-americanos.



30/10/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Demóstenes Torres critica utilização política do Ipea

Demostenes critica política penal do governo Lula

Demostenes Torres critica política de segurança pública do governo

Alvaro Dias critica a política externa brasileira

Antonio Carlos critica política externa brasileira

Cristovam critica falta de solidez na política econômica brasileira