Demóstenes: Hazenclever foi denunciado por enriquecimento ilícito



O chefe de gabinete do senador Magno Malta, Hazenclever Lopes Cançado,foi denunciado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado por enriquecimento ilícito. O nome do denunciante não foi revelado pelo senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra Malta naquele órgão, mas seria alguém bastante próximo aHazenclever.

Demóstenes disse estranhar o fato de o chefe de gabinete ter conseguido montar um curso de ensino a distância, responsável por retransmitir programas de algumas faculdades. Técnico em contabilidade e estudante de Direito, Hazenclever disse ter usado recursos amealhados durante uma atribulada vida profissional iniciada aos 6 anos de idade para montar o curso, que, no entanto, está no nome da esposa e das duas filhas, uma das quais emancipada aos 17 anos para assumir sua cota na sociedade.

Depois de trabalhar como empregado de empresas privadas, ser secretário da Prefeitura de João Pinheiro (MG), na gestão de seu pai, e atuar como empresário, tendo inclusive sido dono de um laticínio, Hazenclever foi dono de uma concessão de TV educativa, obtida durante a gestão de Sérgio Motta no Ministério das Comunicações.

Hazenclever diz ter vendido a concessão por R$ 200 mil, montado o curso de ensino a distância e passado a trabalhar como assessor parlamentar na Câmara dos Deputados, onde conheceu Magno Malta, então deputado, há sete anos. Este teria se interessado pelo curso e o apresentado a bispos evangélicos. Daí ter sido convidado a trabalhar com o deputado e em seguida com o senador.

- O padrão de enriquecimento dele parece incompatível com sua trajetória profissional. Há suspeita de que ele possa estar num esquema de lavagem de dinheiro e até atuando em nome de Malta - afirmou Demóstenes.

Hazenclever diz que apresentará ao conselho de ética suas declarações de renda e abrirá seu sigilo bancário. Embora não sendo formalmente o chefe de gabinete, cargo reservado a funcionários do quadro do Senado, Hazenclever diz que é de fato quem ocupa o cargo, mas na hora da elaboração de emendas atua apenas como digitador. Também não teria qualquer interferência na liberação de emendas, visitando ministérios apenas para acompanhar Malta, e por solicitação deste.

12/09/2006

Agência Senado


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