Demostenes pede mais atenção ao agronegócio do fumo



A importação de charutos cubanos sem tarifas é um sério problema para a agronegócio do fumo, mas não é o único, conforme disse nesta quinta-feira (18) o senador Demostenes Torres (PFL-GO). Ele falou das barreiras impostas ao fumo pelo mercado europeu e a pesada carga tributária interna como entraves ao fortalecimento de um negócio que já chegou a gerar exportações de US$ 1,6 bilhão, sendo US$ 1 bilhão em folhas.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de fumo em folha, depois da China, e já à frente dos Estados Unidos e da Índia. São 295 mil hectares plantados, dos quais 245 mil somente nos estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Cultivando um produto considerado como de alta qualidade, cerca de 150 mil famílias, com propriedades na faixa dos 17 hectares, utilizam a mais desenvolvida tecnologia do mundo.

Apesar desse estágio avançado e do grande potencial econômico, o fumo sofre com uma carga de tributos equivalente a 65,5%, segundo estimativa feita pela Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo). E a partir de 1997, passou a sofrer restrições na União Européia, onde é taxado em até 26%, contra uma tarifa máxima de 9,1% de outros concorrentes.

O tratamento recebido pelo Brasil da União Européia deve-se ao fato de o país ter-se tornado o maior exportador de fumo em folha do mundo. A posição atingida como exportador de matéria-prima levou a restrições à venda de produtos acabados.

- É uma maneira velada do mais legítimo colonialismo: às colônias, a produção de matérias-primas; às metrópoles, os produtos manufaturados. Temos de exigir das autoridades brasileiras negociadoras de comércio internacional imediata correção dessa situação - afirmou Demostenes. Ele propôs que o problema possa ser resolvido por meio das negociações em curso entre o Mercosul e a União Européia para o acordo de livre-comércio ou por meio de um entendimento específico semelhante ao que se realizou em torno das vendas do café solúvel.



18/03/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Sérgio Souza pede atenção do governo federal às demandas do agronegócio

Casildo elogia Código Florestal e pede mais incentivos ao agronegócio

Jonas Pinheiro pede mais recursos para agronegócio e agricultura familiar

Mozarildo pede mais atenção à Amazônia

Mão Santa pede mais atenção aos idosos

ONU pede mais atenção aos perseguidos por orientação sexual